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O preconceito e os pré-conceitos

O preconceito e os pré-conceitos

Tive recentemente uma conversa com uma pessoa de quem gosto muito a respeito
de defeitos, na qual essa pessoa se auto-entitulou preconceituosa. À partir
desse momento, e ainda um pouco encucada com tanta polêmica que tem
aparecido em relação a preconceito religioso, sócio-econômico, racial,
dentre tantos outros, me peguei pensando: o que nos leva a aceitar como
nossas opiniões que foram imbuídas em nossa mente sem que tivéssemos
sequer tido a chance (ou, no caso da maior parte das pessoas, a vontade) de
buscar conhecer a realidade da qual falamos?
O conceito de preconceito (alô redundância, cacofonia e demais figuras de
linguagem que se apliquem) é simples: um conceito que se forma antes. Mas
antes de quê, pergunto-me eu?
Vou usar o exemplo da religião porque é uma realidade que eu vivo todos os
dias e já estou acostumada a contornar. A umbanda é uma religião nova e
muitas, diversas, inúmeras vezes mal interpretada por seres que sequer
buscaram qualquer tipo de informação sobre a religião, que dirá colocar o
pé dentro de um terreiro pra saber como funciona uma gira.
Quem é umbandista ou tem amigo(a), namorado(a), marido/esposa, família que
freqüente o terreiro, possivelmente ja passou por aquele momento de querer
saber um pouco mais, dando uma satisfação enorme àquele para quem você
perguntou, permitindo que ele tenha a honra de desmitificar, mesmo que pouco
a pouco, as besteiras altamente preconceituosas ditas pela sociedade de forma
geral, e, pior ainda, as vezes por outras vertentes religiosas.
Mas voltando ao conceito principal, porque quem me conhece sabe que se me
deixar, vou filosofar interminavelmente, fica aqui uma oportunidade de pensar
um pouco: o que faz com que nós, seres pensantes e dotados de raciocínio e
capacidade de formar opinião própria, aceitemos de forma tão passiva
pensamentos preconceituosos, vindos muitas vezes de dentro de casa, do
círculo de amigos, etc? O que nos leva a não questionar esses conceitos
pré-estabelecidos e, melhor ainda, o que nos leva a questiona-los e buscar
conhecer o diferente, o desconhecido, e aí sim, propriamente dotados de
informações adquiridas de forma imparcial, formar nossas próprias
opiniões?
Fica aqui o meu apelo para que tenhamos os olhos, o coração e a cabeça
mais abertos para aceitar as diferenças, não sem questionar, mas fazendo
isso com embasamento próprio, não batendo o pé e negando-se a mudar porque
“o mundo sempre foi assim”, porque alguém te disse que isso ou aquilo era
errado, ou porque está escrito em um livro considerado sagrado.
Pensemos mais, ajamos mais, vivamos mais, a vida não existe para ser vivida
através dos passos dos outros, e sim dos nossos próprios, portanto que tal
deixar pra lá qualquer idéia boba e antiquada e ir conhecer algo diferente
e que te disseram que era errado, quem sabe você pode se surpreender.
Isabelle Salemme

GIra de Terça-Feira

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