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Minha Opinião – Dezembro 2011

Umbanda Pés no Chão não é uma filosofia, mas uma atitude.

Devido ao crescimento do Terreiro do Pai Maneco e o aumento considerável dos médiuns, o nome Umbanda Pés no Chão ganha nome e é bastante citado, e por isso quero esclarecer o que quero dizer quando prego a Umbanda Pés no Chão. Ela não tem nada a ver com a diversidade religiosa e muito menos com filosofia de estudo. Ela simplesmente retrata o que cabe dentro do conceito da verdade e do entendimento comum, de uma umbanda sem preconceitos, mentiras, misticismos, inverdades ou medos. Dentro de uma religião que prega a paz e o amor não pode caber esse monte de besteiras.  É o caso da revolução pacifica de 64 aqui em nosso Brasil. Não existe revolução sem violência, tanto que agora tudo veio à tona torturas e mortes. Nem o ex Presidente Fernando Collor quer que o povo saiba tudo o que aconteceu.

Não podem existir duas verdades. Esse é um conceito universal. O Diabo existe? É inconcebível ele existir e não existir. Como é mais fácil explicar que ele não pode existir, eu tenho a convicção que ele não existe. O Exu é mau? Ele não pode ser mau e bom ao mesmo tempo. Como ele trabalha dentro da Umbanda que é boa pela lei da afinidade ele é bom. E mal necessário não existe. Mal é mal!

Quando entrei na Umbanda descobri que muitos umbandistas cobram por seus serviços, mas em compensação fiquei ciente que muitos umbandistas não cobram nada. Uns ganham dinheiro em cima da dor alheia e outros se compadecem e trabalham gratuitamente só por amor ao semelhante. Claro, detonei os que cobram e estou do lado dos que não cobram. Muitos médiuns além de cobrarem usam o sangue como elemento de trabalho. Uma grande parte dos umbandistas fazendo o contrário chega ao mesmo resultado. Se o objetivo é alcançado, então uma cobrança financeira é abuso e o uso do sangue é teatro. As aparições dos discos voadores são verdadeiras? Como eu nunca vi um e muito menos fotografias bem definidas e ninguém me contou que viu, não posso acreditar que eles tenham acesso ao nosso planeta. A lenda dos fantasmas cobertos com um lençol branco de principio parece absurda, mas quem conhece trabalhos de materialização sabe que muitas vezes os espíritos têm materialização parcial e aparecem envoltos no ectoplasma que é branco e pode ser confundido com um lençol. O que parecia impossível torna-se possível.

Em textos anteriores eu contei que quando tinha uns nove anos um amigo disse-me que na comunhão se a hóstia fosse mordida ela verteria sangue. No primeiro domingo fui fazer a comunhão e quando a hóstia foi colocada em minha boca dei uma forte mordida. Nada aconteceu. Anos depois, já feito pai de santo, foi-me recomendado que não chamasse no Terreiro ao mesmo tempo Ogum e Xangô porque eles iriam brigar e criar confusões. Só por isso na primeira gira depois chamei Ogum e quando eles estavam incorporados chamei Xangô. Nada aconteceu. Orixás brigarem seria tão errado quanto sair sangue da hóstia. Essa lorota surgiu em uma lenda do candomblé, aliás, bonita, mas só lenda. Dizem que após uma entrega de amalá a pessoa não deve voltar-se e olhar a entrega. Não é um absurdo não poder fazer isso? Os Umbandistas não permitem que ninguém ponha a mão em sua cabeça. Fere e suja a coroa, dizem. Quem tem coroa é rei, e como ninguém aqui no Brasil é rei, não tem o que ferir ou sujar. Pensando assim sentei-me em um final de gira no meio do Terreiro e pedi a todos os médiuns que tocassem minha cabeça. Fiz isso por dois motivos: desmistificar o fato e aproveitar para me integrar mais ainda com a corrente mediúnica do Terreiro. Trocar energias faz parte do bom senso. Na verdade esse espaço no qual mensalmente eu escrevo seria muito acanhado para enumerar esses erros dentro da Umbanda, mas não posso deixar de destacar para um erro preconceituoso: dizem que mulher não pode tocar nos atabaques. No nosso terreiro não fazemos distinção se os ogans são homens ou mulheres, e nunca aconteceu nada de errado ou qualquer incidente. Para agir assim, finquei meus pés no chão e gritei: chega de besteiras!

Fica aqui uma ressalva importante: o que faz parte do folclore deve ser respeitado e intocável.

Umbanda Pés no Chão é feita com bom senso e atitude.

Essa é a minha opinião!

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