fbpx

Em um mundo cada vez mais tecnológico, precisamos manter nossos olhos voltados para a humanidade


Dias atrás eu conversava sobre as atividades escoteiras dentro do Terreiro e uma frase despertou a minha atenção: nesses lugares são os únicos momentos em que ficamos 4h longe do celular.
Por óbvio, o assunto era entre dois adultos (não estamos falando das salas de aula).
Assim como outros vícios, eu entendo que a tecnologia contribui para desavenças e desentendimentos dentro de casa. Eu lido com o desafio de entender as vantagens de likes e exposições.
Não consigo entender as pessoas que sentam-se a mesa para um almoço com seu filho em um shopping, por exemplo, e voltam sua atenção exclusivamente para a tela ao invés de olhar nos olhos de quem está sentado a sua frente.
Mas o que isso tem a ver com a Umbanda? Muito! Isso diz respeito sobre ser uma boa pessoa humana, estrutura inerente a nós umbandistas, já que a bondade, o respeito e a moralidade não são apenas práticas superficiais. Nós prezamos pela caridade, humildade e amor ao próximo.
De nada adianta criar enredos de engajamentos e likes quando se ausenta dentro da sua própria casa.
Quem ainda não percebeu que problemas que são atendidos em consultas podem estar intimamente ligados a ausência ou conflito gerado por tecnologias?
Pois bem, feche os olhos e tente se concentrar nas últimas consultas: adolescente em conflito interno por comparações irreais vindas da internet; marido ausente em casa por vício em jogos; mãe que não percebe a falta da sua educação por voltar os olhos para assuntos distantes ao invés de olhar para quem está em fase de desenvolvimento; frustrações de pessoa que se apaixonou por alguém da internet. Bem, crimes acontecem por pessoas que se envolvem com alguém virtualmente e caem no golpe.
A Umbanda nos traz o alerta sobre o olhar do Preto-Velho, aquele senhor cansado, mas que não desiste de ter esperança. Isso você só percebe quando volta seus olhos para uma alma cansada – isso a tecnologia não transforma.
O cheiro da maceração das ervas, atributo dos Caboclos, é um momento da canalização de energia, em que expremimos suas propriedades espirituais. Este é um momento ritualístico e meditativo que durante o processo, devemos nos concentrar nas nossas intenções, em especial o fortalecimento da alma – o que a tecnologia não nos oferece.
Deixo aqui algumas palavras para que você reflita sobre a necessidade de ampliar a pausa tecnológica para que, assim como acontece durante os nossos trabalhos, volte os seus olhos não apenas para você, mas para as pessoas que estão ao seu lado e precisam desta troca saudável de energia.
O exercício serve para mim e para você, escravos dos sistemas e tecnologias. Não podemos deixar de acreditar no sentimento da humanidade. Devemos absorver da tecnologia as facilidades para das nossas atividades e mesmo criar conexões que trazemos para o mundo real, já que a nossa essência é pelo encontro humano, olho no olho, troca de conexões energéticas.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.