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A mensagem veio num sonho

por Renato Hauer Malschitzky

Quando ainda estávamos instalados no terreiro lá na Faculdade Espírita, carinhosamente chamado de “caixinha de sapato”, no 2º semestre do último ano, eu era cambone do Ribas, que fazia parte da diretoria material do terreiro. O pai Fernando havia anunciado que deveríamos entregar o imóvel para a Faculdade Espírita e que construiríamos um novo terreiro.

O dinheiro era escasso e foi solicitada uma colaboração extras dos filhos da corrente que prontamente atenderam com contribuições mensais, porém, para dar ritmo à obra, as despesas eram maiores do que as contribuições recebidas. Não daria para concluir a obra a tempo, pois a 1ª gira do próximo ano deveria ser realizada, já na nova casa!

Ora, como cambone, falando com as entidades, não hesitei em pedir os “números” da loteria afim de levantar o capital para fazermos a obra! Por diversas vezes, ora para um, ora para outro e, ou desconversavam ou simplesmente não “ouviam”. Quando foi comentado com o pai Fernando à respeito, ele se endireitou daquele jeito bem dele e disse: “Se fossem dar os números, teriam que dar ao Pai de Santo!”

Falando com o Seo Akuan, sobre a nova casa e as dificuldades, alguém falou que tínhamos que ter esperança e ele prontamente falou, seco: “Esperança não, precisam ter determinação!”

Numa gira de esquerda, as consultas tinham acabado e eu estava conversando distraidamente com o Sr. Marabô, quando passou, devagar, uma entidade olhando para mim e então o Sr. Marabô perguntou-lhe: “Entendeu”? A entidade fez que sim com a cabeça e se foi. Eu não entendi!

À noite, enquanto dormia, aquela entidade me levou pela mão para o local da nova casa, onde vi as pessoas envolvidas na obra, reunidas: o arquiteto Gustavo, Dona Ieda, enfim, praticamente toda a família Guimarães. Em seguida, meio assustado pois não me lembro de ter tido uma outra experiência como essa, fui conduzido à outro local. Intuitivamente recebi a solução de um problema, que não havia comentado e nem pedido à nenhuma entidade. Ao me levarem de volta para minha cama, ficou uma mensagem muito clara: eu deveria ajudar no andamento da obra.

Para agilizar o cronograma da obra, a solução seria fazer um empréstimo bancário. Este foi conseguido rapidamente, sem burocracia e em tempo recorde com a ajuda da Claudia, minha esposa, junto à instituição em que ela trabalhava na época. Então fui com o pai Fernando e o Ribas à uma agência para assinar o contrato como avalista.

Na gira seguinte, de esquerda, fui servir a bebida Pernod (absinto) ao Sr. Marabô, que pediu para buscar uma garrafa de vinho branco, que a algum tempo havia ganho e nunca deixou abrir.

Pediu que servisse o vinho em duas taças. Deu uma para mim e com a outra na mão ele disse: “Vamos brindar à integração entre o Exú e o homem!” Esse brinde, inesperado, ficou gravado em minha memória para sempre.

Na 1ª gira do ano, a corrente formada, entra o pai Fernando, emocionado, pela porta da frente para iniciar os trabalhos, que emoção, confesso que rolaram algumas lágrimas.

Laroiê Sr. Marabô de Sinhá

Saravá Pai Fernando de Ogum, ontem, hoje e SEMPRE!

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