ESTUDANDO COM PAI FERNANDO IV

Estudando com Pai Fernando.

17/05/2023

O texto do “Minha Opinião” escrito por Pai Fernando em Fevereiro/08, trata sobre o Pai de Cabeça: “Resolvemos chamar a atenção de todos para a importância de conhecer e zelar pelas maravilhosas entidades que cuidam da vida espiritual dos médiuns, incluindo dentro do nosso ritual  uma homenagem aos nossos pais-de-cabeça.”

Começamos por destacar uma confusão comum entre os médiuns, o Pai de Cabeça é o responsável pela vida espiritual. Desenvolvedor do médium é seu pai/mãe de santo.

É importante salientar que o respeito à diversidade da Umbanda é elementar e dentro deste pensamento o Terreiro do Pai Maneco adotou como filosofia que o Pai de Cabeça do médium é sempre um Caboclo das linhas de Ogum, Oxossi ou Xangô. Se no momento do obi sair um Orixá feminino, será jogado o masculino. Se sair Oxalá, será jogado o próximo masculino. Mas cada Terreiro tem suas filosofias com relação a esse assunto, então o que postamos aqui não é uma verdade absoluta, mas sim a nossa verdade, a verdade da umbanda simples e pés no chão fundada e praticada até hoje no Terreiro do Pai Maneco.

Pai Fernando nos explica que: “O pai-de santo (ou mãe) tem como objetivo principal cuidar e desenvolver dentro da ética, moral e bom senso a espiritualidade dos médiuns da corrente. As entidades em cada terreiro dão consulta e orientação espiritual aos consulentes e resolvem casos que a medicina tradicional quem sabe não pudesse diagnosticar. As entidades dentro do terreiro usam seus médiuns para fazer a caridade independentemente uns dos outros. É a liberdade espiritual que cada um tem para desenvolver seu trabalho.”

“Voltando ao médium, quem manda é o seu pai-de-cabeça, que é o responsável pela vida sua espiritual. Eu tenho como meu pai-de-cabeça, o Caboclo Akuan. Tudo que eu preciso e peço só me será concedido com a aprovação dele. E todo médium tem aquele que o protege, defende, orienta e sempre está ao seu lado. Esse assunto não é tratado com muita importância pelo mundo umbandista, mas deveria ser. Todos os médiuns sabem o nome do terreiro que trabalham, da entidade espiritual dirigente e dos dirigentes materiais, mas não sabem quem são seus protetores da vida espiritual. Não se esqueçam que quando um médium, por um motivo qualquer, muda de terreiro, o seu pai-de-cabeça vai junto.”

Mas quando eu vou saber quem é meu Pai de Cabeça?
Pai Fernando: “Quando ele se apresentar e disser, eu sou o teu pai!”

Pai Fernando nos explica que “Eu entendo que basicamente cada um tem um Orixá masculino e outro feminino, e o pai de cabeça sempre estará dentro da vibração masculina, até mesmo pela simplicidade que mãe não pode ser pai. Por isso não uso a palavra ajuntó. Nada errado, eu apenas não gosto do termo para se referir a um Orixá.”

Mas qual a importância do Pai de Cabeça? Como dito anteriormente ele é o responsável pela vida espiritual dos médiuns, mas como no caso do Pai Fernando ser um filho de Ogum, ao fundar o terreiro ele nos explica sobre o assunto e sua importância falando que “Pai de Cabeça é o dirigente espiritual do Terreiro. No centro do terreiro tem um buraco de 0-,50 cm por 0,50 cm são colocadas as armas do Orixá Ogum. No caso do Terreiro do Pai Maneco: ferro, espadas de Ogum, planta de Ogum, ferradura, e alguns outros elementos, mas nada que não seja conhecido por todos os Umbandistas. Acontece que todos esses elementos seguram as vibrações postas pelos oguns nessa segurança. Esse conjunto é que forma a segurança em seu todo.”

Lembrando que Pai de Cabeça é diferente de Orixá, e nesse ponto ele nos esclarece “Nós temos dois Orixás, o Cósmico e as entidades que trabalhamos e carinhosamente chamamos também de Orixá. O pai de cabeça corresponde a um protetor, aquele que nos cuida, protege e encaminha a espiritualidade. Como o pai de cabeça está dentro da faixa cósmica do orixá masculino, tem que procurar saber quem realmente é o teu Orixá Cósmico.”

Para finalizar vamos colocar o ponto cantado do Pai de Cabeça que foi incluído no ritual do Terreiro em fevereiro/08, de autoria do querido Reinaldinho (Reinaldo Godinho):

Texto: Denise Oliveira