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Reencontro com o sagrado

Na última semana, o Terreiro Pai Maneco abriu as portas para seus médiuns de uma forma diferente, totalmente adaptada ao cenário atual de distanciamento social, provocado pela pandemia do Coronavírus. “Depois de termos relatos de depressão, por causa do isolamento, acreditei que isso não teria acontecido se as giras estivessem acontecendo normalmente. Percebemos como é importante o contato das pessoas com o plano espiritual e abrir o Terreiro para que elas pudessem ter esse acesso, muda muita coisa”, afirma a Mãe Pequena Camila de Iemanjá.

A Mãe Lucília de Iemanjá relata que a oportunidade é para ouvir, estudar, viver a Umbanda de outra maneira. “Todos médiuns precisam exercitar, praticar a religião sem um templo, sem a parte física, que é tão forte em nossos ritos. Seu Sete Ponteiras do Mar avisou no fim do ano que teríamos uma nova fase, a prática da Umbanda sem paredes e é isto que estamos buscando praticar.

“Nos preocupamos com a saúde e a restauração da fé, mas também com as restrições determinadas pelos órgãos competentes. Para a segurança de todos, é exigido muito álcool gel, máscaras, e cordões de isolamento. O número de médiuns que fazem a visita é controlado por agendamento prévio. Receber os médiuns foi uma grande emoção. Todos estavam felizes e emocionados em poder estar lá. Foi uma energia incrível”, relata a médium Priscila Ricardo, que está à frente da organização, que conta, além da coordenação da Mãe Camila, com colaboradores do terreiro e voluntários.

A médium Luana Krasa relata que no primeiro momento ficou na dúvida, levando em conta a questão do isolamento, mas somou a vontade de ir, a de querer levar doações para quem está precisando. “Chegando lá logo no portão já fui recepcionada com simpatia por um dos colaboradores do terreiro, que orientava onde estacionar, as distâncias de um carro ao outro, e como eram os procedimentos. Estacionei, e fui até o salão principal, vazio de pessoas, mas lotado de boas energias, a música ambiente com os pontos foi a cereja do bolo. Que especial, que cuidado, que detalhe pensando e abraçando com carinho a cada um dos filhos que chegaram ali. Eu fiquei ali por alguns minutos sozinha ao som dos pontos. Meditei, me emocionei, não de tristeza, mas de gratidão misturado com força. No chão, além da estrela havia limitações para preservar a todos nós, aliás tudo estava de extrema organização e amor, limpeza impecável. No Jardim dos Orixás, outro colaborador estava orientando, passando álcool e controlando os acessos. E assim foi esse tempinho super mágico e especial, revitalizando e muito fortificante. Só tenho gratidão por ter tido essa oportunidade, sou grata a direção do terreiro e a todos os colaboradores por estarem lá proporcionando esse momento”.

“Reflexão, conexão e agradecimento, assim defino minha visita ao TPM na última semana. Resolvi me permitir, por um momento, ser “egoísta”, esquecer o todo e refletir um pouco sobre o porquê do meu ingresso na Umbanda, de onde saí e onde cheguei nessa curta e intensa jornada e, por hora, peço que ela possa continuar por muito tempo, pois estou certo que ela me ajuda a ser melhor, para mim e para aqueles a minha volta. Seguindo na linha do “egoísmo”, cito a conexão que senti, ao orar no centro do salão principal, “sozinho”, pude contemplar como nunca o nosso congá, pude notar pequenos detalhes até então despercebidos, pude sim me conectar como jamais havia feito, pude esvaziar os pensamentos e “apenas estar ali”, de corpo e alma. Enfim, deixando o “egoísmo” de lado, agradeci, com força e amor, por tudo o que a Umbanda me fez sentir e viver até agora, agradeci a todos os irmãos de corrente, hierarquia e enfim, todos os guias. Deixei o salão com uma sensação de leveza que há tempos não sentia”, relata o médium Aristides O. Hoefel IV.

As próximas visitas, destinadas exclusivamente para os médiuns da casa, serão agendadas em breve. Aguarde as orientações nos canais diretos de cada gira.

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