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Terreiro do Pai Maneco e eu

No início de 2006 entrei no Terreiro do Pai Maneco.

Há três anos perambulava por Curitiba, sem rumo, sem norte, apenas indo para onde o vento me levava. Quase que literalmente era assim mesmo!

Nasci em uma família kardecista e umbandista. Assim que, eu entendia que perambulava mesmo.

Um homem que lia a sorte, na livraria Pirâmide, me disse: você precisa trabalhar. Puxa! Isso não é novidade para quem se sabe médium. Mas, trabalhar onde? Ele argumentou: só posso te indicar o Terreiro do Pai Maneco, fica na Faculdade Espírita.

Naquela época não tinha noção de distâncias em Curitiba. E também dava aulas à noite, como iria?

Enfim, consegui ir nas férias de julho. Mas infelizmente (ou felizmente) não era mais na Faculdade Espírita. Mas, lá, fui encaminhada a uma senhora que era médium do Terreiro, hoje Mãe Eli de Xangô, que me deu prontamente orientações.

Consegui chegar ao Santa Cândida, coincidentemente, sempre às quartas-feiras.

Era tocante ver como aquela Mãe de Santo conduzia seu trabalho. Havia organização e muito afeto, ao mesmo tempo.

Como assistente, achava aquilo tudo simplesmente divino. Em relação a Engoma ainda era mais emocionante. Eu sabia da importância do canto para a chegada e permanência dos espíritos. Claro que eles chegam e ficam quando querem, mas podemos facilitar esse processo!

Fui, então, atendida pelo Seu Sete Flechas. Novamente, escutei o que toda vida me disseram: você precisa trabalhar! Mas, meu Pai, tudo é tão complicado, esta cidade é tão grande, tenho filha pequena (na época a Júlia tinha 7 ou 8 anos), vivemos sozinhas nós duas, trabalho à noite, e é muito longe, com quem viria? E, Ele, com sua enorme sabedoria, disse: tenha paciência, filha, você vai achar um jeito.

No verão daquele mesmo ano, ao sair de casa com minha filha, atravessei a rua e vi um vizinho conversando com uma mulher, sentados na calçada. O cumprimentei. Quando olhei aquela mulher percebi que a conhecia, mas não lembrava de onde. Perguntei: por acaso és professora (claro, eu só conhecia professores naquela época!). E ela disse, depende… Conversa vai, conversa vem, descobrimos: era a Mãe Jô, do Terreiro do Pai Maneco.

Convivi com a amiga Jô durante dois anos, para, somente depois, tornar-me sua filha de santo.

Seu Sete Flechas tinha dito que eu encontraria um jeito de frequentar o Terreiro. Só faltou me dizer o número da casa, pois era em frente à minha. Por seis anos fiz o trajeto casa/Terreiro com a Mãe Jô, e tive o privilégio de aprender a Umbanda Pés no Chão, disseminada, com muita honradez, pelo Pai Fernando de Ogum.

Kátia de Iemanjá, filha de santo da Mãe Jô de Oxum

Curitiba, 27 de setembro de 2014.

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