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A evolução dos religiosos ao longo do tempo

Foi com grande alegria que aceitei ao convite de no site do Terreiro do Pai Maneco em poder expor alguns assuntos que a nós é de interesse. Visto estarmos falando sobre a Umbanda e sua ação perante a nossa sociedade e em cada um de nós, particularmente.

Inicialmente, peço desculpas a todos de nas primeiras matérias não estarem devidamente revisadas em seu aspecto ortográfico e, mesmo, na melhor forma de exposição dos assuntos. Revisão essa totalmente necessária e natural, quando estamos falando em adicioná-la em qualquer meio de divulgação. Para uma melhor e mais perfeita passagem de informação. Mas aqui vai a minha promessa de nos próximos assuntos, esses serem de uma qualidade melhor.

Apresentação pessoal

Para que todos possam compreender a forma com que essas matérias surgiram. Elas são frutos de muitas trocas de informações geradas em meus contatos com o orientador material do Terreiro do Pai Maneco Pai Fernando Guimarães. Que além de coordenador geral do Terreiro, com muito zelo é também o Pai de Santo da Gira de segunda-feira. Bem como a orientação que igualmente recebo de minha Mãe de Santo. A Mãe Rita de Fátima Tavares. Coordenadora da Gira de sexta-feira. Gira essa em que tenho a oportunidade de procurar em ser útil, como médium.

Por essa razão aos leitores das matérias que nessa página serão adicionadas, peço-lhes que compreendam e vejam como totalmente natural, quando em determinada parte da mesma houver a exposição que esse ou aquele comentário está sendo exposto na Internet, através do site do Terreiro do Pai Maneco. Proveniente de uma exposição, anteriora, efetuada ora com o Pai Fernando, ora com Mãe Rita.

Por último, tendo o intuito de podermos formar uma equipe de estudos da Umbanda. Gostaria de pedir aos leitores que não se sintam apenas como leitores passivos. Mas, sim, que tenham a condição de expor seus pensamentos, dúvidas ou simplesmente em acrescentar algum comentário. Em sendo acréscimos à matéria, em breve tempo iremos fixar na página do site. Caso sejam dúvidas, através de e-mail e exposição futura no site (se permitido). Será respondida. E para haver a resposta mais coerente e precisa. Temos das matérias expostas e respostas relacionadas as mesmas a revisão benéfica do Pai Fernando. Sempre!

Grato

Marcílio

A EVOLUÇÃO DOS RELIGIOSOS AO LONGO DO TEMPO

O título de nosso primeiro assunto, não está errado! Afinal, não são as religiões que ao logo de suas histórias sofrem evoluções. Mas, sim, a de seus seguidores (religiosos) e da sociedade.

É uma análise equivocada julgarmos acontecimentos anteriores, com os princípios atuais tanto na parte moral, quanto na parte intelectual.  Da mesma forma que será imperfeito de nossos sucessores se julgarem acontecimentos presentes com as concepções futuras e mais desenvolvidas. Concluindo: Para efetuarmos uma análise mais precisa sobre acontecimentos passados. Há total necessidade, primeiramente, de nos conscientizarmos de quais eram os seus costumes e tradições.

Sabemos através da história da Umbanda, das múltiplas resistências e dificuldades por ela enfrentada. Igualmente, hoje, estamos vivenciando e estamos conscientes de ações que demonstram que estamos vivendo uma outra fase em que já há uma maior aceitação e respeito por parte de todos, para com a nossa Umbanda.

Dando início a essa análise, primeiramente, transcrevo de outro trabalho os costumes e tradições da sociedade brasileira, quando a Umbanda foi implantada no Brasil.

Costumes e tradições no Brasil em 1908

Um grande erro do ser humano é julgar os acontecimentos passados, com os padrões e costumes de sua época.

O que hoje é considerado erro, em verdade, sempre foi erro. Contudo, devido ao estágio evolutivo em que ocorre. As leis divinas, levando em conta os costumes e tradições vigentes. Pode julgá-lo de uma forma mais enérgica ou abrandada. Afinal, assim como não podemos como orientadores de nossos filhos agir perante uma ação equivocada desses. Sem levar em conta a sua idade mental. A espiritualidade superiora também assim age conosco. Exemplificando essa linha de raciocínio. Nas famílias que cultuam o bom costume de combater o uso de palavrões. Os pais ao escutarem um de seus filhos em tenra idade falar. Devem agir diferentes se isso ocorrer com outro filho, que já com os seus catorze ou quinze anos, igualmente, assim proceder. Visto que, no primeiro caso. A criança pode estar dizendo sem nenhuma noção, até mesmo do que está falando. Cópia, simplesmente, do que pode ter ouvido no colégio, em brincadeiras na rua, clubes ou em qualquer outro lugar. Até mesmo assistido em um programa televisivo. Já no caso do filho que, com maior idade mental, procede da mesma forma. A ação corretiva deve ser totalmente diferente. Pois é mais consciente de seus atos. Tem maior responsabilidade sobre eles.  E é dessa forma, que devemos analisar os acontecimentos históricos. Pois, somos nós mesmos que ao longo da história da humanidade. Igualamo-nos a essas crianças que, paulatinamente, encontra-se em evolução. E, por essa razão, o que antes eram até classificados como fruto de costumes e tradições de uma sociedade mais bárbara. E, portanto, as individualidades que assim procediam, devemos julgá-las com menor rigor. Do que se essas mesmas ações, hoje, fossem praticadas. Uma vez que, na atualidade, nossa sociedade já se encontra mais amadurecida. Nossos comentários sobre esse assunto, não se aplicam, apenas, na parte moral de nossa sociedade. Mas, como uma verdade, essa norma é plenamente aplicável em todos os demais setores. Como exemplo, no campo da administração. Como querer julgar os pensamentos e práticas dos primeiros administradores, que de uma forma mais apurada começaram a revolucionar a administração. Se julgarmos de conformidade com os conhecimentos atuais que temos. Conhecimentos, que não são novos. Mas, sim, adquiridos como uma somatória de todos os acontecimentos e estudos, que a humanidade ao longo dos tempos, foi adquirindo? Taylor, o pai da administração científica. Se julgado nos padrões atuais, sem as devidas considerações. Certamente será considerado um imbecil, como administrador. Mas, se nos reportarmos a sua época. Veremos que ele foi um gênio. Procurando ir ao foco desse assunto, nesse trabalho. A necessidade de julgarmos acontecimentos passados, de acordo com a época em que ocorreu. É totalmente necessário. Como último exemplo, agora no campo médico. Meu avô materno, ao trinta e seis anos morreu. Morreu de tuberculose. Isso há pouco mais de setenta anos atrás. Se não levasse em conta o grau evolutivo em que a medicina se encontrava, a sete décadas. Certamente, hoje, diríamos que foi um acontecimento de negligência médica e familiar. Da mesma forma que se os nossos filhos ou netos, em futuro próximo, não julgarem levando em conta o grau evolutivo de nossa medicina atual. As mortes que hoje ocorrem, devido a AIDS e a tantas outras, que AINDA não conhecem os seus métodos de cura.

Em mil novecentos e oito, no Brasil. Vivíamos em uma sociedade caótica. Nossa economia baseava-se quase que exclusivamente no setor primário, comandada por uma forma administrativa totalmente rudimentar para não corrermos o risco de, erradamente, dizer inexistente. Onde a educação formal, acadêmica, era não cultuada entre as famílias e pouco valorizada pela sociedade.  Nessa época, mulher estudar era quase que proibido e uma afronta aos costumes vigentes. Afinal, ainda imperava a tradição e o costume de ver mulher para o casamento e procriação. Exclusivamente. E era tradição de nosso povo, considerado totalmente uma prática normal, que ao homem fosse dado o direito de ter casos fortuitos, fora de casa. Os meios de comunicação, dificílimos. Fazendo com que o que ocorria em uma parte do Brasil, levava tempo para que a outra parte viesse, a saber. Na política (administração da coisa pública) tínhamos quatro classes. 1- Os verdadeiros republicanos, desiludidos com os rumos que a república brasileira havia tomado. Pois, não era para ver a bagunça e total desordem que imperava, que eles verdadeiramente haviam lutado; 2- Os monarquistas que ainda sobravam vivos, deplorando o que presenciavam; 3- Uma imensa massa de nosso povo, amargando penúria, totalmente alheia do que verdadeiramente ocorria; 4- Os republicanos oportunistas e seus descendentes, que serviram a causa republicana como meio de atingir D. Pedro II. Que havia, através de sua filha, instituído no Brasil o fim da escravatura. Retirado-lhes o trabalho escravo e, em muitos casos, levando-os a falência.
Nessa época, no Brasil, assim como a própria administração empresarial, no mundo. Essa era orquestrada através de tradições. Ou seja, diziam: – Meus antepassados procediam dessa forma, que aprendi com meu pai. E, por conseqüência, assim vou fazer agora. E ensinar aos meus filhos a também fazer igual.

Em algumas regiões do Brasil, como no Estado de Santa Catarina. Havia regiões, como as de Joinville, Blumenau e tantas outras. Que o costume era o de se utilizar, nas ruas e escolas, o dialeto germânico e outros em menor proporção. Quadro esse que só foi ser combatido, pelo governo federal. Quando já no ano de 1930, o Brasil entrou na 2ª Guerra Mundial. Conseqüentemente a população calou-se. Pois, havia o perigo de um guarda passar e decretar a prisão a todos que estavam falando outra língua. E até aqueles que ao invés do alemão, falavam o polonês e outras. Pois havia o problema de se o guarda não estivesse habituado. E não sabendo diferenciar as línguas, levar todo mundo preso.

Nesse quadro monstruoso, fácil de identificar em nossa sociedade, todo o preconceito e racismo existente contra os negros e os silvícolas. Que apenas em 1888, os negros, conseguiram a sua merecida liberdade. Apesar de uma forma equivocada, mas que aqui não trataremos sobre esse assunto. Apenas diremos que, do ponto de vista espiritual, para os sofrimentos que tivemos e temos de passar. Foi correta a forma com que ocorreu. Contudo, em uma análise administrativa. Foi um erro. Pois a liberdade conseguida foi falha, visto que os retirou das algemas da escravatura, para lançá-los para as algemas da miséria absoluta. Levando-os em grande parte para as favelas, onde todos os tipos de privações conheceram.

Os costumes, a moda de nossa sociedade era a de procurarmos nos assemelhar, copiar, os europeus. França era tida como o centro do mundo, como até bem pouco tempo, infelizmente, tínhamos os EUA. E nessa concepção. O ser humano de origem branca era o centro do mundo. Cabendo o lugar de primitivos e totalmente desprezíveis aos negros e índios.

Não teriam oitenta, noventa anos completos. As personalidades que passaram por nossas existências, enriquecendo-nos com seus exemplos. Que apesar de guardarmos extremadas boas recordações delas. Ainda as escutamos falar em nossas lembranças: – “Menino faça a coisa direita. Faça um trabalho de branco!”. Bem como as suas automodificações, ao longo do tempo. Pessoa que foram na Terra, exemplos vivos de bons religiosos e praticantes a toda prova. Muitas, em determinado momento de suas vidas, pararem, e chegarem a conclusão de que nunca mais deveriam utilizar essa ou aquela expressão. Por serem de cunho racista. Apesar de em seus cotidianos, não praticarem o racismo. Mas essas expressões, dizeres vinham com elas dês da meninice. Sendo até o momento de suas reflexões, extremamente normais. Naturais.

O quadro acima exposto, para nós, hoje. Assemelha-se a obra “Divina Comédia” de Dante Alighieri. Quando ele retratou o inferno. Ao mesmo tempo, serve-nos como alento. Pois, ao vermos o Brasil que vivemos. Acreditamos que se possa dizer que hoje, já estamos no purgatório de Dante. Lutando para a nossa felicidade, nos encontrar no tão sonhado céu. Parece inacreditável. Mas, o que hoje sofremos é muito pouco, em relação ao nosso pretérito recente.
Para darmos continuidade ao nosso trabalho, proposto nesse livro. Houve a necessidade da reflexão histórica, desse capítulo.

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