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O Locutório e a Revelação da Espiritualidade

A tônica desses encontros é a troca de idéias e o respeito pelo ritual de cada dirigente. Não se busca a unanimidade, mas a revelação das informações que cada dirigente tem sobre a relig

As mensagens da espiritualidade acontecem, às vezes, por sinais. No dia 16 passado foi realizado aqui no nosso terreiro o primeiro encontro de vários pais e mães-de-santo, além de numerosa assistência adepta da Umbanda. Esse encontro, denominado locutório, foi patrocinado pelo Conselho Nacional de Umbandista do Brasil (CONUB). A tônica desses encontros é a troca de idéias e o respeito pelo ritual de cada dirigente. Não se busca a unanimidade, mas a revelação das informações que cada dirigente tem sobre a religião. O segredo de cada um poderá ser revelado sem que receba nenhuma crítica. Enquanto eu pensava como explicar a todos a simplicidade desse sistema, recebi um e-mail do casal Maria de Omolú e Solano de Oxalá. Fundadores da Casa Branca de Oxalá, em Lagoa Santa, Minas Gerais, apresentando um interessante ensaio sobre a quimbanda.

Em um trecho ela diz “Gostam muito de bebidas voláteis e a aguardente está entre elas, ao qual dão o nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As Pombas-giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira trabalhar com a sua energia utilizando o conteúdo astral da bebida.” Mais adiante consta uma informação que diz assim: “No nosso terreiro, temos uns 3 médiuns que não bebem nada.(Pertencem ao AAA, ou já foram viciados e deixaram a bebida) O que eles fazem: deixam no ponto central um cuité com o marafo e bebem água de coco em outro cuité. Assim, trabalham com a água de coco. O coco tem uma propriedade enorme na sua essência; primeir, que ele é considerado o “sangue vegetal”; e segundo, que ele tem o plasma da vida. Na guerra do Vietnã, quando faltou sangue para os soldados fazerem transfusão, foi a água de coco que salvou muita gente. Então os Exús ou Pomba Gira que trabalham com médiuns que não podem beber, trabalham com a água de coco. E ficam satisfeitos, porque a função de uma Entidade é querer que seu aparelho evolua ou então no seu caso querer o seu bem estar físico.”

Fui um fumante inveterado desde os doze anos e por isso – hoje não tenho dúvidas, fui acometido de um enfarte agudo do miocárdio. Depois do susto, por respeito aos que se incomodaram por mim, deixei de fumar. Como nunca gostei de beber, aproveitei a oportunidade para pedir às entidades que quando incorporadas comigo não bebessem nenhuma bebida alcoólica e não fumassem. Fui atendido, mas foi determinado pelo Caboclo Akuan que deixasse em seu ponto um coite com marafo para que elas – as entidades, quando precisassem para alguma magia que se servissem dessa bebida. Só não uso a água de coco, mas daqui para frente vou passar a usá-la, claro com o consentimento das entidades. Sobre a água de coco, meu pai-de-santo desencarnado, Edmundo Rodrigues Ferro, dizia-me que a Umbanda combate todos os trabalhos negativos, exceto quando neles foi usado o sangue como energia, pois, segundo ele, para desmanchar um campo de forças, um semelhante tem que ser criado. Durante um trabalho no terreiro o Exu Tranca Ruas das Almas, em mim incorporado, fazia um trabalho para desmanchar um negativo, quando foi perguntado por um cambone porque ele usava a água de coco no trabalho e ele respondeu que era para criar a mesma força do sangue.

Voltando ao princípio do locutório, as entidades deram-me um forte sinal que isso deve ser feito pois, duas polêmicas formas de trabalhar (sem bebida e o uso da água do coco) estão sendo usadas em dois terreiros que não se conheciam. Sem pretender impor nada e sem que nada me tenha sido imposto, eu vou aprimorar minha mediunidade bebendo a água de coco durante as incorporações, até para fortalecer o meu perispírito com uma fonte de energia que deverá ser usada pelas entidades.

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