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Mexida na Umbanda I

O começo da umbanda ficou por conta do Zélio de Moraes em 1908. Estamos saindo desse começo e nos aproximando do meio, como podemos ver nos vários terreiros espalhados por esse nosso Bra

A complexa modernidade em qualquer área através dos avanços científicos foi fruto da inteligência humana com parceria dos interessados na construção das coisas. Do 14 Bis do Alberto Santos Dumont aos teleguiados dos americanos e iraquianos, muita gente trabalhou solidariamente no anonimato, desenvolvendo e aperfeiçoando os voadores mais pesados que o ar. A evolução das invenções criadas é assim, tanto que no meu tempo de infância eu colava as folhas dos balões com goma feita de farinha de trigo e a cola mais eficiente era uma chamada de goma arábica. Hoje me atrapalho com o super-bonder. Os nomes dos responsáveis por essa transformação não constam em nenhum lugar. O progresso é assim.

Na umbanda, o progresso não pode ser diferente. Ela ainda não tem cem anos e por isso ainda deve que ser estudada, analisada, retratada e, quem sabe, um dia codificada por alguém do cepo do Allan Kardec. Os novos entusiastas dessa dinâmica religião ficam atrapalhados quando buscam as várias filosofias dos audaciosos autores que pregam seus ensinamentos. Tudo tem um começo, um meio e um fim.

O começo da Umbanda ficou por conta do Zélio de Moraes em 1908. Estamos saindo desse começo e nos aproximando do meio, como podemos ver nos vários terreiros espalhados por esse nosso Brasil. As filosofias são diferentes, mas de uma forma interessante não são conflitantes. Milhares de anônimos juntam as peças filosóficas dos autores e líderes mais destacados, aliando-as com a experiência que têm com o aprendizado adquirido com a intimidade dos espíritos, os verdadeiros arquitetos da religião. Eu pertenço a essa massa simples e anônima e acho que estou ajudando na construção da modernidade da umbanda. Repudio a umbanda do medo, da ameaça, da cobrança e do segredo dos dirigentes.

O terreiro do Pai Maneco tem uma filosofia bem definida: pregamos a necessidade da umbanda explorar a sua música e praticá-la com alegria. Um médium alegre e de bem com a vida vai ajudar o espírito manifestante a transmitir aos outros essas qualidades. A audácia de quebrar velhas tradições é uma necessidade dentro de todos nós que somos responsáveis pela construção dessa maravilha brasileira que se chama Umbanda. Não entendo porque os terreiros cantam aos pretos-velhos o horror da sua escravatura, quando deveriam cantar a música da sua libertação. Acho que essa confusão logo vai ser ordenada e a miscelânea de teorias será, através de muito estudo e pesquisa, transformada em uma doutrina uniforme, demonstrando que todos os autores hoje estão pregando tanto a verdade como a mentira.

Eu prefiro ficar admirando o 14 Bis do Alberto Santos Dumont e torcendo para que os autores e anônimos não me façam querer entender os mísseis voadores dos tiranos Buschs e Husseins, que deturparam a intenção de uma fantástica invenção para transformá-la em um poder mentiroso e alimentador de seus egos doentios. Vejo com muito bons olhos o início de um estudo que me parece imparcial e muito sério, em desenvolvimento pelo paulista Nivaldo da Silva (Nitrix), em sua lista de discussão no site Estudando a Umbanda.

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