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Os Médiuns são Parceiros

Recomendo a todos que procurem exemplos nos médiuns de mais experiência e façam uma triagem inteligente na comunicação, para não dizerem bobagens em nome de entidades maravilhosas, princ

Fernando M. Guimarães

O problema da religiosidade é que as divindades comunicam-se com a terra somente através de seus defeituosos representantes, no caso os padres, pastores, esotéricos, espiritualistas, kardecistas e os médiuns umbandistas. Bom seria se não fosse assim. Mas não o é. Por isso, os veículos humanos da palavra de Deus devem ser criteriosos, estudiosos e acima de qualquer fato, humildes.

Tolo é aquele que não aproveita a experiência dos mais velhos; esperto é aquele que tira ensinamento até de quem nada sabe. Vou dar uma oportunidade aos tolos e vou mencionar alguns fatos, com a colaboração de outros estudiosos da Umbanda. Escrevi vários textos falando da mediunidade, o espírito e os médiuns. No meu livro, Grifos do Passado, conto um ensinamento do pai-de-santo Andir de Souza. Ele fala da incorporação: “o espírito é uma energia e o médium é outra. Cada qual com sua cultura, sensibilidade e conhecimentos. Um é um e outro é outro. Entretanto, quando a entidade toma o corpo do médium, essas energias se unem, formando uma terceira. Ambos estão ali presentes, reunidos em uma só força. É como dois em um. “ O pai-de-santo Marco Boing escreveu um interessante texto onde fala da terceira energia e imputa ao médium a co-responsabilidade na comunicação da entidade.

Está certíssimo o Marco Boing. Recebi um e-mail onde a remetente denuncia uma situação. Ela comenta com muita inteligência a preocupação quando o espírito recomenda o não uso dos remédios receitados pelos médicos, mencionando ter evidenciado tal fato quando a entidade tratava de um paciente de depressão. Ela diz: “O que tenho percebido é que existe um preconceito ou uma atitude contra esse tipo de medicamento por ser considerado “droga”.

A recomendação em geral é que procure um médico mais natural…Acredito que é preciso ser muito cauteloso nesse tipo de recomendação…se esse tipo de “droga” existe é para ser usada (óbvio que com recomendação e sob supervisão constante do médico, ou psiquiatra ou neurologista)…” Vamos admitir a hipótese do paciente que ao abandonar os remédios alopatas, tenha uma recaída em sua doença e chegue a níveis preocupantes. De quem é a culpa? Só do espírito? Não se pode negar a influência da participação do médium na comunicação e também a sua responsabilidade, até mesmo civil e criminal. Quando tenho oportunidade falo que os terreiros de Umbanda existem para trazer a cura, a paz e a alegria, e por isso recomendo aos espíritos que trabalham em nosso terreiro para não trazerem notícias ruins aos consulentes, como o desastre, a morte e a traição conjugal, além de não criarem expectativas de desastre. Uma comunicação espiritual tem uma dimensão muitas vezes não imaginada pelas pessoas. Já descrevi em texto anterior, a visita que fiz a um terreiro, quando o espírito recomendou-me tomar cuidado com o “pé-de-borracha”, referindo-se ao automóvel (como se a entidade não conhecesse esse termo). Aguardei a continuidade da comunicação.

Como ela não aconteceu, cobrei: “meu pai, o senhor não deve ignorar a necessidade que tenho do uso do automóvel. Por outro lado, um desastre grave eu não quero. Então complete a comunicação: devo andar mais devagar, mais depressa ou não devo usá-lo e por quanto tempo? Rapidinho a entidade largou o médium. Agora pergunto: era uma entidade de luz e subiu só para não deixar o médium constrangido, ou o médium não quis dividir a responsabilidade da comunicação, no meu entender gravíssima e que merece atenção, principalmente quando é dada a um homem de fé? Recomendo a todos que procurem exemplos nos médiuns de mais experiência e façam uma triagem inteligente na comunicação, para não dizerem bobagens em nome de entidades maravilhosas, principalmente quando resolvem falar do futuro. Essa triagem pode ser feita, a não ser que o médium seja sonambúlico.

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