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Minha Opinião – Novembro 2011

Curitiba de antigamente era uma cidade maravilhosa para se viver. Era calma, pacifica e sem violência. Todos se conheciam e os lugares de encontro dos amigos também eram sempre os mesmos.

Os policiais eram gentis, os padeiros, os sorveteiros e donos das revistarias conheciam seus fregueses pelos nomes. Era uma cidade encantadora. Quando uma casa era assaltada logo os ladrões eram presos porque o Delegado conhecia os hábitos de cada marginal. Dá para imaginar isso? Poluição? Ninguém se preocupava com isso. Era tão diferente de hoje, tanto que só fazia frio no inverno e calor no verão. Tudo era certinho, os vizinhos se respeitavam, as brigas só aconteciam nas madrugadas e assim mesmo por conta dos embriagados. Os namorados se encontravam nos cinemas, mas sempre sob a vigilância austera da mãe ou do irmão da menina. Ninguém podia imaginar uma forma de mudar essa mansa e pacifica cidade. De repente Prefeitos começaram a demolir casas centenárias para alargamento das ruas, policiais passaram a ser mais exigentes, os armazéns deram lugar para os mercados e esses para os super e daí em diante tudo se modificou. Foi o progresso que chegou com uma continuidade desenfreada. Arquitetos da Prefeitura criaram novas vias de transito, as matas que circundavam a Cidade foram preservadas por lei e transformadas em maravilhosos Parques Florestais e para orgulho de todos ganhamos a guerra do barateamento dos impostos e por conta disto famosas indústrias e montadoras de automóveis elegeram Curitiba como uma Cidade importante. Passou a ser o Eldorado brasileiro. Essa fama foi amplamente espalhada pela mídia brasileira. Curitiba já era uma Cidade rica com indústrias, fábricas e lojas de grande porte. A idéia do dinheiro rolando aguçou os malandros e marginais, mesmo porque sabiam que a nossa população repentinamente cresceu, pois de todos os lugares vinham novas famílias montar negócios atraídas pela promessa da riqueza. Hoje ninguém mais se conhece, a violência, o crime e as drogas com seus respectivos traficantes já fazem parte do noticiário sangrento.

Quando iniciei o estudo dedicado do espiritismo e junto com ele o meu desenvolvimento mediúnico todos os espíritas se conheciam e se respeitavam. Eles eram pacientes e carinhosos com os novatos, tanto que eu nos meus vinte anos participava dos encontros e rodas dos velhos e experientes mestres da religião. Há uns trinta anos quando mudei radicalmente para a Umbanda, eu tive a mesma experiência. Conheci todos os Umbandistas da época, ninguém brigava e os dirigentes dos Terreiros se respeitavam. Ainda era, na época, uma religião cheia de preconceitos, bem no meu gosto porque alimentava minha prepotente mania de enfrentar tabus.

Já entramos no terceiro milênio. As cidades, as pessoas e as religiões mudaram. A Umbanda, único foco que me interessa, cresce dia a dia. A sua divulgação está enchendo os Terreiros no Brasil. A simpatia e simplicidade de seus cultos caiu no agrado popular e todo dia novos adeptos se juntam aos umbandistas. E isso se espalhou e a mídia já está de olho na religião brasileira, hoje cantada em todos os lugares por notáveis artistas da musica. Temos que pagar um preço: os malandros e aproveitadores já estão começando a tirar proveito disso. Falsos Pais de Santo já montaram espertas conversas para atrair pessoas e cobrar altíssimas somas em dinheiro para resolver seus problemas. São vigaristas que exploram o medo e desespero dos outros para aumentar suas contas bancárias. É o preço do progresso e o respeito pela diversidade da religião.

Sou contra a codificação da Umbanda, mas sou a favor da aprovação de um código de ética e a aprovação com ampla divulgação de fundamentos básicos que caracterize a Umbanda como uma religião limpa, voltada para o amor e sem interesses financeiros.

Essa é a Minha Opinião!

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