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Minha Opinião – Março 2010

A Umbanda felizmente foi invadida por gente nova, culta e interessada na religião que para eles foi uma descoberta.

Desde a minha infância sempre fui questionador. Fui crescendo, aprendendo e era insaciável em perguntas quando o assunto me interessava, principalmente quando era sobre aves, bichos ou espíritos. Não me lembro de ninguém ter-me negado nenhuma resposta.

A pergunta bem feita é sempre certeira e derruba muita gente boa. Mas, ao contrario, se ela for mal feita tem o mesmo efeito que encher a pança do esfomeado. O negócio bom é não errar a pergunta. O segredo é deixar que a pessoa fale e depois descaradamente você pergunta: “por quê?” Vamos lembrar-nos de alguns assuntos.

Quando é sobre economia e os técnicos recomendam aumentar o juro bancário para baixar a inflação, eu pergunto: “por quê? Pode explicar-me?” Quando o Lula diz que o Brasil vai comprar aviões de caça, como eu não sei o que vai ser caçado, eu pergunto: “por quê? Precisa?”. Quando o agiota me diz que vai à missa comungar, eu pergunto: “por quê? Adianta?” Quando um técnico de futebol além de ganhar mais de quinhentos salários mínimos por mês e trás uma enorme equipe de assessores insinuando que a que está no clube que o contratou não presta, mas mesmo assim o torcedor até às vezes desempregado, fica alegre, eu pergunto: “por quê?” Quando afirmam que o Presidente Juscelino fez bem em construir Brasília, mesmo levando tijolos e cimento de avião, eu pergunto: “por quê?” Quando a lei determina que o voto seja obrigatório, eu pergunto: “por quê?”. Quando o aposentado tem que pagar uma alíquota de 27% sobre sua aposentadoria, eu pergunto: “por quê? Não devia usufruir os benefícios de um longo tempo de trabalho?” Quando me contam que o preço de um show que milhares de pessoas assistem e ainda em lugar publico custa mais de 300 reais, eu pergunto: “por quê? Não é caro?” Quando eu vejo preço do etanol nos postos de abastecimento custar quase dois reais, eu pergunto: “por quê? Não somos o maior produtor de cana do mundo?” Quando as montadoras de automóveis superam sempre a sua ultima marca de fabricação e vai para o consumidor com preços até 90 meses para pagar sem entrada e mais nada e sempre a preços caríssimos, eu pergunto: “por quê fabricam tanto assim? E o comprador vai poder pagar as prestações até o fim?” Quando eu vejo nas lojas de artigos de cães o preço da ração das multinacionais eu pergunto: “por quê está mais cara que a carne bovina de primeira?” Quando que alguma coisa errada é um mal necessário, eu pergunto: “por quê? Existe mal que seja bom?” Isso eu estou mostrando só uma pequena parte das mil perguntas que ainda tenho que fazer. E na Umbanda? Não seria bom também haver as perguntas? Vamos ver.

Quando a mãe ou o pai de santo proibir você de visitar outros terreiros, faça a pergunta: “por quê?”. Quando dizem que o Exu faz tanto o bem como mal, pergunte: “por quê? Ele pode fazer o mal?” Quando o dirigente quiser cobrar uma consulta ou trabalho, pergunte: ”por quê? É certo pagar um trabalho de caridade?” . Quando dizem que o espírito só se desliga do corpo depois de três dias, pergunte: “por quê? No espaço existe tempo?” Quando dizem que tem que dar bebida para a entidade, pergunte: “ por quê? Entidade gosta de beber e ficar embriagada?” Quando me dizem, sou da umbanda branca, pergunte: “por quê? Existe umbanda preta?” Essas e outras tantas perguntas podem ser feitas.

A Umbanda felizmente foi invadida por gente nova, culta e interessada na religião que para eles foi uma descoberta. Cabe a nós, os mais antigos, atender os anseios dessa juventude umbandista. Não podemos lhes fornecer o obsoleto. A Umbanda é talvez uma religião que pode oferecer a modernidade sem desrespeitar o passado.

Não podemos jogá-los no desapontamento por falta de respostas, caindo na mesmice das outras religiões. Para isso não se deixem subjugar pelos dirigentes e mestres arcaicos. Tudo deve ser explicado. Segredos não devem existir. Nas ordens ou ensinamentos absurdos, pergunte-lhes: “Por quê?”.

Podem perguntar-me, se eu não souber a resposta vou inovar na Umbanda e responder:  “Não sei!”

Essa é a minha opinião!

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