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Minha Opinião – Março 2009

Pai-de-santo, mãe-de-santo, pai-pequeno, mãe-pequena, capitães e ogans formam a equipe de mando em um terreiro.

Uma corrente de Umbanda apesar da natural diferenciação cultural tem como objetivo comum o desenvolvimento de sua espiritualidade através de treinamento de sua mediunidade. Ninguém conseguirá atingir a sua plenitude mediúnica se não houver intimidade com os seus dirigentes, muito embora o respeito deva ser o peso do relacionamento correto.

Existe muita confusão na organização da Umbanda, produto de falsos conceitos tanto dos dirigentes como dos dirigidos. A hierarquia não tem um comportamento condizente com a liberdade aceitável no exercício de uma religião. O jugo inexplicável que se submetem os médiuns de corrente à hierarquia ameaça a Umbanda de ser uma cópia do catolicismo, onde o sacristão obedece ao padre e o padre beija a mão do bispo. E isso não é imposição dos dirigentes, mas uma tradição da religião que serviu durante uma época.

O nome hierarquia é muito pesado para uma religião que prega a humildade e a igualdade entre os seres, e sua presença define a idéia de mandos e obediências.
Pai-de-santo, mãe-de-santo, pai-pequeno, mãe-pequena, capitães e ogans formam a equipe de mando em um terreiro.

  • Os ogans são os responsáveis pelo conjunto musical do terreiro. Cantam e tocam o que a hierarquia manda.
  • Os capitães põem ordem na gira em uma cega obediência às determinações do pai ou mãe-de-santo. Mandam e desmandam nos médiuns da corrente, permitem ou proíbem as incorporações.
  • O pai ou mãe-pequena são os substitutos do pai ou mãe-de-santo.

Para quem está lendo esse texto, pode dar uma impressão que o assunto é irrelevante, mas não é. Todo o funcionamento de uma casa de Umbanda vai refletir na qualidade da religião e, por isso, ele deve ser feito com muito critério e bom senso.

Apesar desse comportamento estar enquadrado dentro da normalidade, acho que devemos iniciar umas modificações. Por exemplo, tornar como verdade: quem manda no terreiro são os espíritos e não os dirigentes; os capitães serão auxiliares no terreiro com o objetivo principal de ajudar os membros da corrente; os ogans vão aprimorar a força dentro de uma suavidade agradável na musicalidade do terreiro; e, finalmente, os membros da corrente terão nos capitães os grandes amigos para receberem orientação e apoio nas suas dificuldades no desenvolvimento de suas mediunidades.

Esses fatos na maioria das casas organizadas já estão sendo praticados, mas falta o mais importante: a participação reconhecida dos médiuns, novos ou velhos, iniciantes ou já práticos, pobres ou ricos, cultos ou incultos ou seja qual for sua colocação, como membro efetivo da hierarquia da Umbanda, mesmo porque eles sairão da cômoda situação de simples comandados para a importância de sua função que é praticar a caridade, desenvolver sua mediunidade com o interesse único de evoluir espiritualmente e serem os verdadeiros pregadores das coisas boas que se pratica dentro da religião brasileira.

Essa é a minha opinião!

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