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Minha Opinião – Janeiro 2010

Vou ser novamente um pai de santo dos médiuns do Terreiro do Pai Maneco, a Casa dos Espíritos como antigamente era conhecido.

Quando os espíritos tentam e não conseguem se comunicar, ou quando não querem interferir no nosso livre arbítrio, eles costumam mandar sinais. Provocam situações que nos chamam a atenção indicando um caminho que devemos considerar se devemos ou não segui-lo.

O Terreiro do Pai Maneco sem nenhuma duvida atingiu nesse ano o seu mais alto e elevado patamar como Terreiro de Umbanda. Mais de 1.600 médiuns, giras todas as noites da semana, uma bonita participação social em projetos, inclusive de capoeira com crianças carentes e ministrada pelo Mestre Lua de Bobó, aulas constantes sobre nossa religião, um curso ministrado pelos parapsicólogos da Faculdade Espírita do Paraná, no Paraná por decreto governamental o dia 15 de Novembro foi consagrado como o “dia da Umbanda”, complementação das construções de sua sede na Santa Cândida com mais de 8.000 m2 de área que abriga 1.500 metros de área construída, com dois terreiros e um espaço cultural além do jardim dos orixás para entrega de amalás e cultos às entidades, a musica cada vez mais afinada, com pontos sendo criados como vertentes de água pura, a mídia, por nosso intermédio, está dando um destaque importante para a Umbanda, o preconceito religioso está rolando pelo esgoto das coisas superadas, o site do Pai Maneco teve mais de 2.000.000 de acessos no ano espalhando nossas musicas para todos os terreiros do Brasil, o blog do Pai Maneco com 10.000 visitas mensais. Vou parar por aqui. Isso estufa o peito de qualquer Pai de Santo. Resolvi, então, aventurar a sair da atuação local e expandir o terreiro em outros Estados. Nosso espaço aqui estava pequeno, burramente pensei.

Fui comprar frutas em um mercado. Estava na fila do pagamento das compras quando vi uma das funcionárias da casa vindo em minha direção com um gostoso sorriso, deixando aparecer um aparelho de corretivo dos dentes. Morena, alta, bonita e muito jovem abraçou-me com um entusiasmo contagiante declarando sua enorme satisfação de eu estar presente na empresa em que ela trabalha. Faz dois anos que freqüenta a casa que eu dirijo. Mostrou-me, toda orgulhosa, sua guia de proteção com a cor de Iemanjá. Que vergonha, eu não a tinha reconhecido.

Quando voltava no carro, o meu silêncio foi cortado pela observação de minha esposa, que enalteceu aquele momento como um fato de rara beleza, ou seja, a alegria da jovem médium em rever seu pai de santo. Não revelei como eu estava desenxabido. À noite o rosto radiante da simpática menina não saia da minha cabeça. Que pai de santo sou eu? Fico preocupado em propagar as vitórias do terreiro e nem sei o nome da devotada filha da Rainha do Mar?

Diante do sinal que saltou aos meus olhos, resolvi voltar para minha origem, de onde nunca devia ter saído. Vou ser novamente um pai de santo dos médiuns do Terreiro do Pai Maneco, a Casa dos Espíritos como antigamente era conhecido.

Rememorei que o meu verdadeiro orgulho está em participar de uma corrente alegre e que me envolve emocionalmente. Voltei para minha toca. Estarei lá no chão humilde das entidades que nos dirigem, à disposição de quem quiser. Tinha esquecido que Pai de santo deve zelar a sua casa e cuidar de sua corrente.

Tomara que o Lula tenha a mesma felicidade e receba também um sinal e que devolva a coroa para o Obama e fique só como “o cara”, que, aliás, foi eleito para cuidar dos brasileiros. Cada Presidente que cuide do seu povo.

Essa é minha opinião!

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