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Minha Opinião – Fevereiro 2009

Varias pessoas, inclusive de países europeus, têm nos pedido orientação como devem fazer para ter proteção dos Orixás para seus trabalhos de caridade que fazem por várias formas.

Nunca participei, mas sei que existem no mundo inteiro reuniões religiosas dentro dos lares das pessoas. Os espíritas tradicionais são especialistas nisso. Chamam o Culto ao Evangelho. Não sei se fiz confusão com os católicos, mas isso não vai aqui fazer nenhuma diferença porque só quero exemplificar. Acho a Umbanda muito primaria nessa tão linda atividade. Quando se fala em Umbanda a idéia é magia e histórias de horror. As coisas bonitas não são faladas. Talvez a culpa seja do umbandista que não gosta de ser carinhoso e comum. A notabilidade é um sonho presente em todo iniciante, isto é, nos dirigentes também. Tem gente tão desentendida que diz ser errado cantarolar pontos musicais da religião.
Nas cidades onde existem terreiros bem estruturados, sérios e que não cobram nada pelos serviços prestados, as pessoas têm onde buscar um axé e conhecimento. Por vários motivos, muitas pessoas não podem ou não têm a possibilidade de ir a um terreiro, mas querem estudar a religião e, de uma maneira simples, cultuar os Orixás da Umbanda.

O Didi, um médium do nosso terreiro mudou-se para a Bahia e instalou seu domicilio em uma praia daquela terra abençoada. Foi falar com o Pai Maneco confessando sua tristeza por ter que deixar o terreiro e não ter mais a possibilidade de conversar com ele. O paizão recomendou: “todo mês, durante a lua crescente, você faça um jantar para mim, fique concentrado que eu vou dele participar.” Encerrou recomendando o cardápio. Hoje o Didi já reúne mais de trinta pessoas no jantar, todos de branco, cantam pontos, falam e conversam sobre a Umbanda e muitos doentes, convidados pelo anfitrião e provavelmente indicados pela entidade homenageada receberam o beneficio da cura e da saúde mental. Hoje são umbandistas devotos. Não precisaram de terreiro para isso. Já está ficando tradicional o encontro no jantar do Pai Maneco onde a única magia que se pratica é a do amor. O interessante dessas reuniões é que a comida não é oferecida à entidade em forma de amalá ou criação de força. Ao contrario, os espíritos são convidados e a dividem com os encarnados.

Varias pessoas, inclusive de países europeus, têm nos pedido orientação como devem fazer para ter proteção dos Orixás para seus trabalhos de caridade que fazem por várias formas. Fiquei impressionado com uma pessoa em Lisboa que atende com conselhos e ajuda material às mulheres perdidas na prostituição e, claro, também quem lhe bate a porta. É um trabalho de amor, isolado e feito em nome dos Orixás da Umbanda. Não existe trabalho de magia, não fuma, não bebe, não tem terreiro e muito menos pai-de-santo. Só trabalha com o amor, o mais forte elemento da magia.

A Alice, mãe-de-santo em Florianópolis trabalha com seu grupo semanalmente. Ela não tem um terreiro construído, nem conga ou segurança implantada. Está fazendo sucesso. Seu terreiro é a praia, seu chão é a areia, seu teto são as estrelas – ou chuva, tanto faz e sua força vem do mar. Tem lugar melhor?

Já recebi as devidas orientações para que o Terreiro do Pai Maneco preste assistência e proteção espiritual para todas essas pessoas que trabalham dentro do principio da caridade e do amor.

Voltando ao culto familiar aos Orixás, um grupo pode se reunir, ler e trocar idéias sobre as histórias dos Orixás, suas atuações e influencias nas pessoas, cantar pontos, ler trechos de livros, conhecer a história da Umbanda, aprender sobre banhos de ervas e falar e falar sobre os espíritos. A única proibição é se falar em magia. Isso fica restrito aos terreiros organizados.

Esse assunto, que será o inicio da libertação dos seguidores da Umbanda e o inicio do fim do império dos dirigentes, deve ser otimizado pelos terreiros independentes e aplicado como mais uma forma de desmistificar nossa religião.

Essa é a minha opinião!

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