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Minha Opinião – Fevereiro 2008

Com meus pés no chão eu constato a realidade: cada terreiro é independente e o chefe espiritual é a autoridade maior.

A Umbanda é cheia de ensinamentos divergentes. Cada autor diz uma coisa, falam sobre falanges e sub-falanges, linhas maiores e menores, entidades chefes com escalões e posições hierárquicas e até mesmo alguns divulgam o número exato dos espíritos trabalham no espaço. Eu, pelo meu lado, não sei nem quantos médiuns trabalham na minha corrente. Na verdade sei mais ou menos… Bem, eu sou simples.

Gosto das coisas às claras e sem mistérios, embora eles existam. No linguajar comum, gosto de ter os meus pés no chão e por isso prego a Umbanda nesse nível. Rememorando, a Umbanda é praticada dentro da filosofia de cada terreiro e os chefes sempre são as entidades que trabalham com o dirigente principal. Cada entidade é soberana dentro dos limites da casa que dirige. Os rituais de cada terreiro nunca são iguais muito embora seja respeitada a filosofia básica. O pai-de santo (ou mãe) tem como objetivo principal cuidar e desenvolver dentro da ética, moral e bom senso a espiritualidade dos médiuns da corrente. As entidades em cada terreiro dão consulta e orientação espiritual aos consulentes e resolvem casos que a medicina tradicional quem sabe não pudesse diagnosticar. As entidades dentro do terreiro usam seus médiuns para fazer a caridade independentemente uns dos outros. É a liberdade espiritual que cada um tem para desenvolver seu trabalho. Voltando ao foco, os terreiros têm suas defesas e os dirigentes recebem proteção do espírito chefe.

E dos médiuns, quem cuida? Como eles ficariam se fosse observada a categoria das linhas das entidades? E se a entidade que me cuida for de uma hierarquia menor? Terei menos proteção? Não acho que seja assim. Com meus pés no chão eu constato a realidade: cada terreiro é independente e o chefe espiritual é a autoridade maior.

Ali, em sua casa, quem manda é ele. Assim sendo vou refutar a tese que existe hierarquia conhecida entre as entidades e vou simplesmente aceitar a constatação que na tribo dos orixás da Umbanda não existem caciques e eles habitam a Aruanda em perfeita comunhão e respeito. Voltando ao médium, quem manda é o seu pai-de-cabeça, que é o responsável pela sua vida espiritual. Eu tenho como meu pai-de-cabeça o Caboclo Akuan. Tudo que eu preciso e peço só me será concedido com a aprovação dele. E todo médium tem aquele que o protege, defende, orienta e sempre está ao seu lado. Esse assunto não é tratado com muita importância pelo mundo umbandista, mas deveria ser.

Todos os médiuns sabem o nome do terreiro que trabalham, da entidade espiritual dirigente e dos dirigentes materiais, mas não sabem quem são seus protetores da vida espiritual. Não se esqueçam que quando um médium, por um motivo qualquer, muda de terreiro, o seu pai-de-cabeça vai junto. Pensando assim, resolvemos chamar a atenção de todos para a importância de conhecer e zelar pelas maravilhosas entidades que cuidam da vida espiritual dos médiuns, incluindo dentro do nosso ritual uma homenagem aos nossos pais-de-cabeça. Vejam na seção “Feito em Casa-Pontos Cantados Inéditos” deste site o ponto criado e que será cantado em todas as nossas giras.

O que escrevi é…

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