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Minha Opinião – Dezembro 2010

Apesar da Umbanda nessa última década ter sido reconhecida como religião brasileira, ela ainda vive presa ao preconceito que desde a sua fundação a persegue.

O Presidente do Brasil Fernando Collor, levado ao poder em 1990, e seu fiel aliado Paulo Cesar Farias, foram acusados de corrupção por seu irmão Pedro Collor. O Brasil, indignado, queria o seu impedimento. Foi quando nasceu o movimento estudantil os caras-pintadas. Jovens do Brasil inteiro pintaram seus rostos com as cores de nossa pátria e foram às ruas exigindo do Congresso a saída do arrogante Presidente. Isso aconteceu, mas tenho cá comigo que se não fossem esses estudantes os políticos iam dar um jeito de acertar a continuidade do seu mandato. Essa força foi baseada na união por um bem comum, o que deixa bem claro que individualmente os estudantes não tinham nenhuma força, mas unidos conseguiram derrubar um Presidente.  Aliás, antigamente, os filiados da União Nacional dos Estudantes (UNE), eram os grandes fiscais dos políticos.

A Umbanda tem um característico muito peculiar que é a sua diversidade. Isso significa que todo pai ou mãe de santo tem a liberdade de fazer o que bem entender em seu Terreiro, inclusive de ditar a sua própria filosofia. Na verdade ela existe pela falta de proibições. Alguns Terreiros só trabalham com os Pretos Velhos, Caboclos e Crianças e outros só com a Quimbanda. Entre essas duas pontas existe todo tipo de trabalho, e uns não cobram nada e outros fixam uma taxa até para ver o santo de seus filhos de corrente. O interessante é que eles são diferentes, mas nos fundamentos básicos são iguais. Eu acho essa a melhor parte da Umbanda, a liberdade do culto porque a religião não é codificada. Essa liberdade não existe no espiritismo. Ele foi codificado por Allan Kardec e os espíritas seguem seus ensinamentos sem questionamentos. A codificação não deixa de ser um limitador, por isso sou radicalmente contra. Como diria nosso Presidente, “Corinthians que está ganhando não se mexe. “

Existem várias Federações e Confederações de Umbanda com o fim real de agregar os Terreiros para criar um corpo jurídico para defender os interesses de seus filiados. Muita gente pensa que um Terreiro de Umbanda tem que ser filiado a uma Federação, mas isso é dispensável para sua legalização perante a Lei. Vale mais o interesse corporativo, que, diga-se, é interessante.

Apesar da Umbanda nessa última década ter sido reconhecida como religião brasileira, ela ainda vive presa ao preconceito que desde a sua fundação a persegue. Movimentos Umbandistas são feitos contra essa marca, mas acho que está mais do que no momento da Umbanda ignorar seus perseguidores e gritar pela sua liberdade total, mostrando a sua verdadeira cara de amor e caridade.

Eu sempre fui radical. Não quero mais ser. Daqui em diante não vou mais combater a Umbanda que mata frango e cobra taxas e trabalhos e muito menos criticar dirigente prepotente e médium exibido. Vou considerar como valida todas as explicações dadas por escritores, dirigentes e figuras importantes da religião, mesmo que a minha Umbanda Pé no Chão não tenha lugar em seus misteriosos lugares e planos astrais. Resolvi ser assim porque entendi que seja qual for a filosofia do dirigente, sempre haverá um adepto de suas idéias e de seus trabalhos. O Rivas Neto deu-me um exemplo sobre a Umbanda. Disse que é uma enorme Pizza dividida em vários sabores, mas que essa divisão em pedaços com sabores diferentes não deixam de pertencer à mesma Pizza. Achei ótimo o exemplo.

Defendo a união da Umbanda como os caras-píntadas e principalmente sua diversidade, o maior encanto da religião livre e aberta, mas no íntimo só estava fanaticamente aceitando o que eu digo e entendo. Mas não só eu que tenho essa posição. Acho que está na hora da união dos dirigentes, como já pregou o Pai Guimarães D,Ogum, o fundador do Templo Estrela Guia, na Cidade de Diadema.

Essa é a Minha Opinião!

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