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COMENTÁRIO DA SEMANA 1 – PAI FERNANDO

A partir de hoje vou semanalmente escrever sobre um assunto ligado à Umbanda, com os quais vou expor situações para serem consideradas e analisadas pelos seus adeptos e também por aqueles que estão seguindo o caminho da nossa brasileiríssima religião.

Para iniciar a coluna vou falar sobre a minha posição como Pai de Santo e as dificuldades que fazem parte dos dirigentes.

Acho gratificante ser um Pai de Santo, principalmente porque foi por meu intermédio que aconteceu a fundação e criação do Terreiro do Pai  Maneco, hoje com mais de mil e quinhentos médiuns na ativa, com nove giras semanais. Claro que muita gente participou desse crescimento. Tenho uma alegria muito grande saber que nosso Terreiro ajudou a quebrar o preconceito contra a religião, ao menos em nossa Cidade. Os números confirmam essa verdade. Os resultados positivos das curas de doenças físicas e espirituais são significativos e incontestáveis. Essa estatística é de foro intimo e que por princípio jamais serão contabilizados ou revelados. O que já aconteceu de bom e de ruim na nossa atividade como dirigente já foi apagado.

Quero falar do presente, porque ele terá reflexo no futuro. Aqui no Sul, principalmente no Paraná e no Rio Grande do Sul, a presença de Terreiros de Umbanda em atividade é significativa e numerosa. Existem muitos umbandistas nessa ponta do Brasil. Mas eu acho que deveriam existir muitas outras Casas porque isso demonstraria a pujança da religião. Para isso seria necessária a formação de vários Pais/Mães de Santo. Acho que esse assunto já está na pauta das entidades que cuidam da Umbanda. Ventos trazendo essa revelação já sopram em vários lugares. Está então na hora dos dirigentes materiais prepararem os futuros dirigentes. Penso seriamente nisso e estou preparando uma forma de ser útil nessa tarefa, mesmo porque é uma obrigação nossa considerando que o Terreiro do Pai Maneco tem uma atuação inquestionável dentro da Umbanda.

Não para desestimular, mas para conscientizar, devo prevenir os candidatos a Pai ou Mãe de Santo, que é muito difícil exercer essa tarefa. Tenho uma enorme dificuldade em punir médiuns faltosos, determinar regras que possam magoar alguns, ter que dizer não aos amigos íntimos, não faltar aos compromissos religiosos em qualquer situação, saber administrar o elogio recebido e não se magoar com as criticas e saber que o sorriso que às vezes nos são dirigidos estão acompanhados de um pensamento maldoso. Falei assim por alto. Mas tem muita coisa ruim que não me lembro mais. Eu acho que os médiuns usam roupa branca porque assim ficam todos iguais, sem classe social ou cultural. Esse é um equilíbrio necessário ao dirigente. O maior defeito do Pai ou Mãe de Santo é a falta de ética. Sobre isso vamos comentar na seção Minha Opinião, do próximo mês de abril.

Pai Fernando de Ogum

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