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ENTREVISTA COM ATANAGILDO – PERGUNTA 5

Pergunta 5: Dos médiuns que fazem parte do grupo e aqui presentes o irmão poderia qualificar suas principais mediunidades individualizando cada um principalmente no que se refere à vidência, audição, incorporação, etc?

Atanagildo: Insistimos em dizer-vos que a mediunidade praticante é conquista laboriosa e incessante. Ela aflora no ser, estabiliza-se e amplia-se até se tornar uma revelação positiva depois que seu portador fatigou-se em inúmeras experimentações, provações, sacrifícios e pesquisas. Embora nós estejamos apreciando tal acontecimento com os olhos do espírito, não podemos precisar de súbito se tal médium será vidente, audiente, psicógrafo ou de efeitos físicos, porque a sua mediunidade latente, assim como a semente da flor que germina no jardim ainda não se definiu na cor peculiar. Sem dúvida, eis um dos grandes percalços da mediunidade, pois o médium em desenvolvimento é apenas portador de uma condição incomum aos demais homens, mas ninguém sabe como ele irá desenvolver tal condição. Em caso contrário nós estariamos copiando a atitude dos pais terrenos que resolvem indicar uma profissão, arte ou ciência aos seus filhos antes de saberem quais seriam as tendências, simpatias e preferências pessoais dos mesmos. Não somos nós que identificamos a mediunidade dos candidatos a médium, mas eles mesmos que se elegeram para esta ou aquela faculdade o que lhes resulta de acordo com a própria tendência manifesta no seu desenvolvimento. Não sabemos se determinado candidato será pscicógrafo, vidente ou audiente, pois isso é uma efusão interna que se desenvolve espontaneamente

Pai Caco: Novamente Atanagildo destaca que o desenvolvimento da mediunidade exige esforço e perseverança. Um bom tradutor da palavra dos espíritos não se forma da noite para o dia, mas sim ao longo do tempo com experimentos, pesquisas, vivências, leitura, observação e compartilhamento de informações. Deixa bem claro também que o dom mediúnico é inato, isto é, nasceu com o ser, entretanto é uma condição que não pode ser prevista. Faz parte, digamos assim, do DNA do espírito ali encarnado. Amadurecerá com o tempo e demandará certo esforço do médium até identificar qual sua tendência mediúnica. Esta questão é muito importante sobretudo para muitos médiuns do terreiro que em determinados momentos de suas carreiras mediúnicas passam a acreditar que não são médiuns quando na verdade todos são. Apenas ainda não descobriram em que especialidade mediúnica serão mais úteis. Muitos tem dificuldades na incorporação, outros, mesmo incorporados, não conseguem falar com facilidade, muitos criam dificuldades para a manisfestação das entidades, vários imaginam que o espírito dominará o médium e fará tudo que for preciso fazer. Devemos dizer que não é assim. O mundo espiritual é natural e diferentemente do que se imagina, é mundo presente e cotidiano. Os espíritos estão presentes no trabalho, na família, nas reuniões de amigos. Muitas dicas, pistas, sinais são dados ao dirigente por médiuns em momentos de informalidade. O Pai ou Mãe-de Santo, mais experiente e preparado, reconhece os sinais muitas vezes fornecido por vários médiuns em momentos diferentes e utiliza em suas decisões. São os médiuns intuitivos trazendo informações úteis do mundo espiritual. Outros compõem lindos pontos de firmeza ou de louvação. São os inspirados. A Dona Maria frequentou o terreiro por mais de 15 anos. Jamais incorporou. Ali sentadinha numa cadeira de palha no canto do terreiro passando quase despercebida, plenamente concentrada do início ao fim da gira, sem pronunciar uma única palavra, sem nunca ter reclamado de nada, certamente substituiu muitos médiuns distraidos ou dispersos, tendo contribuído imensamente para o bom andamento das giras. Desencarnou e pouco tempo depois estava presente em espírito mantendo a mesma concentração de sempre. Foi uma médium de sustentação. Portanto, cada um carrega consigo o seu tipo de mediunidade. Nem o dirigente material nem o espiritual pode antecipadamente determinar qual será seu dom, mas com certeza ele está lá, latente, esperando o momento certo para despertar. Esta dúvida, esta incerteza permanecerá por muito tempo. Veja, por exemplo, os médiuns em desenvolvimento, aqueles que iniciaram há pouco no processo de consultas. Anseiam por saber o nome de suas entidades, esperam uma revelação rápida e precisa, querem a todo custo uma identificação. Que bom fosse fácil assim. Não é. Em alguns casos uma entidade leva anos para revelar seu nome. Em outros é rapidinho. Por que? Porque cada um é cada um. Um estudante que se debruça sobre os livros e passa madrugadas dedicando-se ao labor acadêmico certamente terá melhores notas que aquele que folheia páginas minutos antes da prova. Para todo esforço há uma recompensa. Grandes esforços, grandes recompensas. No universo dos espíritos não há pressa. Tudo ao seu tempo. Ansiedade não combina com mediunidade. Muitas vezes é uma característica dela, uma pista, um sinal dentre tantos outros.

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