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Origem Caboclo Vira Mundo

Os pajés são os únicos que têm capacidade de transitar por entre esses mundos, assim como de evocar e controlar esses seres em nosso mundo.

Recebi da Fabiana o e-mail adiante descrito:

“aproveitando queria te contar que ontem, na gira de caboclos, o caboclo com quem eu trabalho o Sr. Vira Mundo falou para a cambone que ele se chamava Karipuna. Bom, hoje passeando pela internet, vi que karipuna é uma tribo indígena do Amapá. Provavelmente o que ele quis dizer que sua tribo era essa. Achei muito legal isso e resolvi lhe contar! Fabiana”

Achei importante uma entidade conhecida como o Caboclo Vira Mundo espontaneamente dar noticias de sua origem carnal como índio. Isso merece uma pesquisa. Foi o que fiz e vejam o que aconteceu. Acho que é o inicio de novas revelações da Umbanda.

Pai Fernando, considerando a informação que, na gira de caboclos, o Caboclo Vira Mundo falou para a cambone da nossa irmã Fabiana, que, ele se chamava Karipuna, vejamos a cosmologia dos mitos e rituais deste povo Karipunas, quase extintos nos sertões do Guaporé.

Do Ponto do Caboclo Vira Mundo:
Quem vira o mundo é Deus,
só Deus pode virar
e abaixo da vira do mundo
Seu Vira Mundo é quem pode virar.

Criança do Futuro : Waköpünska Karipuna!

Dados básicos
• Nome: Karipuna do Amapá
• Nomes alternativos: Karipúna, Karipúna do Uaçá, Patuwa
• Classificação lingüística: Crioulo (francês)
• População: 1708 (1995 SIL & ISA-2000)
• Local: Amapá, na fronteira da Guiana Francesa

DA COSMOLOGIA, XAMANISMO, MITOS E, RITUAIS – KARIPUNA
“Os Karipuna consideram que, paralelamente à realidade em que vivemos, ao “nosso mundo”, ou a “este tempo”, existem outros mundos que definem abreviadamente como “Fundo”, ou de maneira mais específica como “fundo das águas”, ou “fundo do mato” ou ainda “embaixo do Sol”. Trata-se de um tempo presente paralelo ao nosso, mas que ocorre em outro registro.” …

Fonte: Povos Indígenas brasileiros, org.

Pai Fernando, aqui, “paralelamente à realidade em que vivemos, ao “nosso mundo”, ou a “este tempo”, existem outros mundos que definem” … primeira reflexão: “Sou Karipuna, conhecido como Caboclo Vira Mundo” … seria está a mensagem do Caboclo para a Fabiana e, para todos nós do Terreiro do Pai Maneco?
Considerando, as tradições antigas, o nome é o sagrado que revela sua missão! O nome revela a sua casta, a sua linhagem espiritual e a sua camada vibratória, o seu DOM e a sua qualidade inata! O seu domínio, o seu lugar de poder e, cujos membros são da mesma raça, etnia. “Trata-se de um tempo e lugar “MUNDO” presente e paralelo ao nosso, mas que ocorre em outro registro!”…
Vira Mundo! …

Vejamos ainda na fonte da cosmologia Karipuna, povos indígenas, org:

Nestes mundos diversos vive uma série de seres sobrenaturais, denominados em termos gerais de “bichos” (bet), “almas” (nam), “mestres” (met), karuãna,”donos” (ghãpapa, literalmente “avô”), e, de maneira mais específica, de “cobra”, “macaco”, “jacaré”, banahe, laposinie, entre outros. O contato com estes seres é sempre considerado perigoso às pessoas comuns, podendo causar-lhes ataques, morte e mesmo engravidar as mulheres.

“Os pajés são os únicos que têm capacidade de transitar por entre esses mundos, assim como de evocar e controlar esses seres em nosso mundo.” … penso que aí está o Caboclo Vira Mundo!

SARAVÁ, O CABOCLO VIRA MUNDO!

Chamam “bichos” os seres que povoam os mundos do “fundo das águas e do mato” e que são caracterizados por nomes de animais diversos, sendo os mais comuns: cobras-grandes, jacarés, macacos, espadartes, colhereiros, galegas. Afirmam que estes seres “são gente como nós no mundo deles”, onde fazem suas festas e bebem caxiri, e que “vestem sua capa de bichos quando vêm passear no nosso mundo”, ou seja, a cobra veste sua pele de cobra, as aves vestem suas penas e os animais vestem suas capas de pêlos.

Estes seres também podem ser chamados nam (une âme, “alma”), categoria que inclui “tudo o que tem espírito”, como certas árvores usadas para fins curativos para a própria iniciação xamânica (denominadas arari, apucuriuá, tauén e também o tauari). Nesses casos, o termo não se refere às almas de pessoas mortas. A respeito do destino dos mortos, os Karipuna consideram que suas almas “ficam por aí” e podem causar doenças nos vivos, ou ainda acelerar a morte de pessoas enfermas. Dizem que os brancos não percebem, mas os índios escutam quando há almas perto, pois elas fazem um assobio fino, que também é produzido no mato pelas árvores que têm nam.

Chamam “mestres” os seres que, entre as categorias mencionadas, auxiliam os pajés em seu aprendizado e em suas práticas, e nesse sentido confundem-se com os Karuãna dos pajés. A palavra “mestre” é igualmente usada em relação aos seres que habitam ou cuidam de determinados lugares: “mestre do igarapé”, “mestre da gruta”, para quem usam também os termos “mãe”, “dono”, ghãpapa (avô). Neste caso, ouvi menções a cobras, macacos, “bichos” em geral, e também aos hohôs, definidos como seres pequenos, com cabelos longos e emaranhados, que habitam áreas de pedras, grutas e igarapés, e andam sempre em par – “são dois irmãozinhos” – que podem engravidar as mulheres fazendo-as conceber filhos gêmeos.

Os Karipuna consideram que os “mestres” cuidam dos lugares onde habitam deixando-os sempre limpos, e podem causar doenças naqueles que os poluem, mediante o cheiro forte de peixe (pitiú) e de sangue menstrual. No entanto, dizem também que esses seres são atraídos por este sangue, por meio do qual penetram no corpo das mulheres e fazem que concebam “filhos de bichos” quando tiverem relações sexuais.

Por fim, a designação karuãna refere-se a todos os seres que têm relação com determinado pajé. Um karuãna, por estar sempre ligado a algum pajé, também pode ser chamado por ele de “amigo” (zami) ou “camarada” (kamahad), sendo sempre considerado como uma individualidade, tendo inclusive uma história e personalidade próprias.

Os karuãna de um pajé englobam “bichos”, como cobras, jacarés, macacos e pássaros, “almas” como “arari”, “tauarí”, mas também categorias diferentes de seres, habitantes de mundos diversos, como os “curupiras” (djab dan bua), “diabos” (djab), banahes, entre outros. A todas essas categorias de seres são atribuídas capacidades próprias, às vezes línguas específicas, e também podem ser chamados pelo termo mais genérico de “bichos do pajé”. Todo pajé tem entre seus karuãna algum que chama laposinie. Este é considerado o “mestre maior”, aquele que ensina ao pajé as capacidades e técnicas curativas, e sem o qual um pajé é apenas capaz de fazer feitiços. Dizem que esses seres vivem na “terra embaixo do Sol” ou no “mundo de onde o Sol nasce”, e são descritos como “pessoas brancas e finas”, também chamados “bons doutores”. A palavra laposinie (do francês la poussinière) refere-se também à constelação das plêiades, sete-estrelo. A seu respeito, os Karipuna contam que todo ano passam um mês em outro mundo para trocar de pele, e levam junto peixes e pássaros, que passam a ser difíceis de encontrar.

“lá no Fundo, quando a lua está descendo pra lá, boniiiiiita, então os bichos estão dançando lá no Fundo. (…) É lá que nos vamos. (…) Aí nós vamos cantar, aí nos vamos beber, nós vamos dançar com nossos bichos. (depoimento da pajé Elza, aldeia Manga, 1992).

Os Turés são considerados pelas famílias do Curipi como ocasiões de dançar, beber e cantar junto com os seres sobrenaturais chamados de karuãna, e de oferecer-lhes caxiri, como retribuição às curas de doenças que propiciaram por intermédio dos pajés. Os participantes de um Turé correspondem à clientela de um pajé, àquele grupo de famílias que a ele recorre em casos de enfermidade. Assim, os Turés reúnem famílias geralmente aparentadas, que têm em comum a confiança em determinado pajé, e o reconhecimento do conjunto de seres sobrenaturais que são considerados zami (amigos), kamahad (camaradas) ou karuãna deste pajé.

Centrado na figura dos pajés, cada Turé abrange as particularidades de seu próprio universo de karuãna. Acredita-se que os xamãs mais “fortes” conseguem agrupar um maior número de karuãna, os quais lhes ensinam muitas músicas de Turé, e por isso são capazes de cantar várias noites sem repetir nenhuma canção. A força advinda dos karuãna também permite que façam o diagnóstico adequado das doenças e consigam curá-las com êxito, de forma que há muita gente para preparar caxiri (os parentes dos doentes retribuem a cura aos karuãna do pajé oferecendo-lhes caxiri) no Turé de um pajé “forte”, e a dança dura muitas noites.

Pai Fernando, que venha o próximo nome Tupi ou Tapuiá! Porque está tudo aí neste nosso Mundo pra Virar!… Um Forte Abraço Fraterno com a vossa Benção de AXÉ! Saravá, Fabiana!]

O José Carlos Bittencourt, o Pai Bitty, é um pesquisador da história do índio, suas origens e lendas.

2 thoughts on “Origem Caboclo Vira Mundo

  • 28 de janeiro de 2019 em 23:52
    Permalink

    Caboclo Vira mundo.Meu Pai,guerreiro.Quem recebia,era minha mãe de Santo.Hoje falecida.
    Fazem uns, 35 anos atras.Era jovem 15 anos.
    De vez qdo,lembro-me dele,e faço uma prece.
    E as vezes ate a cantiga,eu canto.”Vira mundo
    e indio guerreiro…????seu pai mandou guerrear
    Abrindo tdas????????as falanges,para poder
    Trabalhar????????????????saudades…

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