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Minha Opinião – Agosto 2011

Faz algum tempo que deixei de escrever esta coluna por entender que os assuntos aqui abordados dizem respeito ao âmbito nacional e não local.

Por outro lado entendo que tudo que se fala sobre Umbanda, certo ou errado, diz respeito aos umbandistas de todos os rincões deste nosso imenso Brasil. Estou de volta com a “Minha Opinião”.

Os pesquisadores da Umbanda têm o costume de ir buscar o entendimento de assuntos que fogem ao nosso desconhecimento e no final cada pesquisador divulga a sua teoria – porque só teoria pode explicar o inexplicável, trazendo uma confusão na cabeça dos umbandistas. Quem não se choca quando alguns autores de renome afirmam que os Exus podem fazer tanto o bem como o mal? Isso sem contar as explicações mirabolantes das magias da Umbanda. Mas coisas simples, como a importância de saber o nome de uma entidade e riscar um ponto ou mesmo a importância do ritmo dos atabaques nos cânticos  da musicalidade da Umbanda, poucos autores falam. E quando falam não deixam de dar suas pitadas eruditas que no fim ninguém entende.

Os médiuns gostam e fazem questão de saber os nomes das entidades que incorporam, mesmo que essa pressa possa prejudicá-los no futuro. Apesar de toda minha experiência fico confuso com isso. Pais Joaquim, Pais João, Exus Caveira, Caboclos Pena Brancas, Tupinambás  em uma gira existem aos montes. Isso sem falar nos Oguns Beira Mar e nos Caboclos do Mar. Então, como pode ser isso? Como eles podem se multiplicar dessa forma? Dizem os eruditos que os médiuns se confundem e a verdadeira entidade incorpora nele, no erudito. Os outros são falsos.

Minha “Umbanda Pés no Chão” não aceita essas distorções, por isso estou sempre em busca de explicações lógicas sobre esses assuntos. Coincidência ou não, me caiu nas mãos um livro chamado Pontos Cantados e Riscados de autoria do Gilton S. Santos, Babalaô do Terreiro Cobra Coral. No final da apresentação do livro ele explica:

O leitor encontrará pontos riscados diferentes, para entidades de nomes idênticos. Isso se deve aos grupos formados, ou seja, falanges, cujos componentes possuem um só nome, ou melhor, um pseudônimo, o qual é na verdade o nome real do supremo, ou chefe da falange.

Isso brilhantemente explica de forma simples, objetiva, sem rodeios e isenta de qualquer intenção de arrotar conhecimento diferenciado do homem comum a enorme quantidade de homônimos na Umbanda. Adotando essa explicação vamos entender que essas entidades estão usando o nome do chefe da falange, mas na verdade todas têm um nome próprio. Então, por que complicar? Não é mais fácil usar o nome verdadeiro? Seria o mesmo que uma família ter um nome sem prenome. Na minha família todos seriam conhecidos pelo nome Guimarães, mas sem prenome. Ninguém se chamaria Fernando, Roberto, Luiz Claudio, Floriano ou Acir. Só Guimarães. Vejam como seria confuso, aliás, essa confusão já acontece nos terreiros.

Entendo que para isso será necessário os médiuns não usarem mais os nomes da energia original quando os pontos riscados não coincidirem, como muito bem explicou o escritor Gilton G. Santos. Antes disso, estudarem sobre o ponto riscado e depois, sob a orientação dos dirigentes, tentarem descobrir o nome individual de cada um.

Os dirigentes costumam recomendar, inclusive eu, que os médiuns não devem ler sobre pontos riscados porque tiraria a autenticidade dos pontos que supostamente seriam riscados pelo conhecimento que o médium tenha sobre ele.

Depois de tantos anos de prática vou me render e mudar meu comportamento. Para os médiuns que estão sob minha responsabilidade na gira que dirijo vou introduzir como parte do desenvolvimento mediúnico as aulas praticas e teóricas sobre pontos riscados.

Essa é a Minha Opinião!

Fernando M. Guimarães

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