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Eu gosto de ouvir histórias…

por Patricia Sabadin

Eu gosto de ouvir histórias… Histórias que nos mostrem o quanto a Umbanda é mágica e que fortaleçam a nossa fé. Eu venho contar uma história minha que, para mim, foi espetacular.  Uma história de dúvidas, incertezas, vaidade, amor, devoção e gratidão.

Conheci o Terreiro do Pai Maneco em 2003, quando o Pai André ainda era Pai de Santo responsável pela gira de sexta e, nessa época, revezava minhas visitas ao terreiro entre as giras de segunda, quinta e sexta, porque ia conforme a Linha do dia. Numa gira de Exu do Pai André, ouvi um nome que mexeu comigo: Exu da Meia Noite. Estremeci, queria tê-lo perto, queria saber tudo sobre ele…. Mas nunca fui lhe pedir uma consulta sequer.

Como uma coisa inexplicável, aquele sentimento de admiração, amor, devoção ou sei lá o que, começou a fazer parte de mim e, em minha cabeça eu pensava,

Um dia serei cavalo do S. Meia Noite”.

Entrei na gira de quinta, fui cambone, de cambone passei pra engoma e, numa gira em que eu estava ao microfone, S. Veludo pede: “Canta o ponto do Exu da Meia Noite”. Gelei! Pensei “Ai meu Deus, quem vai trabalhar com ele?”. Vibrei, confesso. Mas ali, segurando o microfone, segurei também a vibração e vi S. Veludo chamar outro médium para incorporar.

E não consegui esconder minha decepção… Nem mesmo do espírito que, em pensamentos, lhe disse indignada como que ele poderia ter escolhido outro cavalo, sabendo do quanto eu queria servi-lo. Magoei, confesso. Vaidade pura, eu sei. Mas guardei aquele sentimento comigo e decidi que “não queria mais papo” com S. Meia Noite. Se era assim, então eu serviria a outro Exu com a mesma devoção.

Passado pouco mais de um ano, eu já incomodada com o fato de não sentir vibração nas giras de Esquerda, mandei um email para o Pai Fernando, falando apenas que queria fazer uma entrega pra Esquerda, com a finalidade de começar a sentir vibração nesta linha, e perguntando se deveria fazer na encruzilhada ou no cemitério.

No dia seguinte, quinta-feira, gira de Exu, passamos no mercado para comprar bebida, faço um comentário inocente “será que se eu trabalhar com Exu, terei que fumar charuto? Eu nem fumo!”…. Encerrando a gira daquela noite, na hora de se despedir, S. Meia Noite incorporado me diz:

Eu estou muito mais perto do que vc imagina”.

Pai Fernando respondeu meu email dizendo pra fazer a entrega na Encruza e isso me abriu um leque de perguntas, então no sábado pedi que ele fosse ao terreiro para eu tirar dúvidas. Me dirigindo ao TPM, sozinha no carro, pedi em voz alta:

Meu pai, eu não sei quem vc é, mas quero trabalhar, quero ser cavalo de alguém, então se não for pedir muito, se achar que eu mereço, se mostre ao Pai Fernando pra que ele me diga quem é o Sr, é importante pra mim…”.

Sentados no salão principal, Pai Fernando solta de cara “Não estou conseguindo entender que dúvida você tem do S. Meia Noite!” e eu “Não sou cavalo do S. Meia Noite”, ao que ele retruca: você é cavalo do S. Meia Noite sim e ele está aqui na minha frente dizendo isso… e ta dizendo que você vai ter sim que fumar charuto”.

Comecei a chorar imediatamente. Pai Fernando não entendia nada do porque aquela revelação me causava tanto choro e emoção, mas por fim, me explicou que eu não sentia vibração na Esquerda, porque quando “magoei” com a entidade, eu cortei o vinculo vibratório com ele.
Hoje, trabalhando como cavalo do S. Meia Noite, agradeço quase todos os dias por ele ter me escolhido, por essa ligação que a gente tem que eu não sei de onde vem e, principalmente, por ele ter atendido ao meu pedido, por ele ter entendido o quanto aquilo era importante pra mim, e ter se mostrado ao Pai Fernando, para que eu soubesse que é Ele!

Saravá Sr. Exu da Meia Noite. Saravá Pai Fernando!

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