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Como cheguei ao Terreiro

por Sandra Granja – Gira de Sexta-feira

Desde a minha infância sempre tive contato próximo com o mundo espiritual, mais precisamente com o espírito do Seu Zé Pelintra.
Exemplos:
1- Nasci com algumas costelas quebradas porque a minha mãe caiu de um cavalo no sétimo mês de gravidez. Para não ter a necessidade de passar por uma cirurgia, eu era levada ainda bebê para ser benzida pelo Seu Zé, incorporado na D. Ana, amiga da minha vó.

2- A minha vó e todas as irmãs tiveram passagem por sanatórios, porque apresentavam comportamentos inesperados, tais como:
– falar com vozes e idiomas diferentes;
– ataques de fúria, que vários homens tentavam e não conseguiam conter as senhoras de um metro e meio de altura.

O único jeito era levar as ditas “loucas” para D. Ana que incorporava o Seu Zé e restabelecia a ordem.

Por causa disto, fui acometida por um medo enorme do Seu Zé Pelintra e tudo que tivesse qualquer relação com ele e/ou com o mundo espiritual.

Tinha pesadelos terríveis. Dormia e acordava rezando. Via e sentia os espíritos dos parentes que morriam. Era uma “festa”, quase todas as
noites.

Mas, com um tempo, desenvolvi métodos para amenizar estas situações. Na maioria das vezes ficava sem dormir, assistindo televisão escondida da minha mãe. Sem contar que a minha vó, sempre me alertava dizendo:

“Sandrinha, você vai se ntir quando estiver começando a enlouquecer! Neste momento você deve rezar e ser mais forte do que qualquer voz que vier a sua cabeça!”

Devidamente traumatizada, segui em frente, me realizei profissionalmente e constituí a minha família. Possuía aparentemente tudo, mas sentia um vazio inexplicável no peito.

Foi quando a minha irmã veio me visitar em Curitiba e contou que tinha começado a frequentar um Terreiro de Umbanda em Cuiabá. Achei um absurdo, mas ouvi atentamente o que ela me dizia e preferi permanecer calada, sem emitir nenhuma opinião. Tentava naquele momento respeitar a sua decisão, mas com a esperança de que tudo aquilo não passasse de empolgação juvenil.

Entretanto, antes dela retornar para casa, a criatura cismou que compraria uma imagem do Seu Zé Pelintra pra me presentear.

Ela dizia que era pra minha proteção. Aceitei e agradeci, por mer a educação e amor. Mas, falei pro meu marido que não ficaria com aquela
imagem no apartamento, pois morria de medo daquilo. Foi assim, que procurei indicação de um local que eu pudesse levar aquela
figura que me incomodava tanto.

Em um sábado à tarde cheguei ao Terreiro do Pai Maneco, com o objetivo de me livrar do presente. A primeira pessoa que encontrei foi a Mãe Rita, que me disse que o Seu Zé Pelintra era uma entidade maravilhosa e que eu não precisava ter medo. Mas, que poderia deixá-la no Terreiro, caso preferisse.

Convidou-me ainda timidamente, para voltar à noite, conhecer os trabalhos. Que isto poderia me auxiliar com o medo que me acompanhava.

Voltei pra casa, pensei, racionalizei e cheguei à conclusão, que deveria ir a gira para ter a confirmação que tudo não passava de traumas de infância e que era a “loucura hereditária” que de vez em quando, insistia em se manifestar.

Cheguei ao TPM, descrente e claro com medo, mas fui envolvida por uma energia de magia, tranquilidade e amor. Tudo me emocionava!

Foi assim que encontrei o Terreiro do Pai Maneco. Graças a esta Casa de Caridade, consegui preencher o meu vazio no peito e iniciar uma jornada espiritual de aprendizado constante.

Fé, gratidão e proteção são sinônimos do Terreiro do Pai Maneco, tanto pra mim quanto para meus familiares.

Muito obrigada, à família TPM!!!

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