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Texto da Simone Hubert

Começo este papo com um ponto…”Filho, se você precisar é só chamar a vovó que ela vem ajudar”… Com este ponto quero lembrar a todos o valor da caridade, da humildade e simplicidade dos pretos e pretas velhas que vem trabalhar na Umbanda e assim como todos nós, estamos aprendendo o amor, a caridade e a trabalhar nossos preconceitos, nossos defeitos e, principalmente, nossa aceitação em relação ao outro. E é neste sentido que venho conversar com todos que são Umbandistas. A Umbanda nos ensina a aceitação, o amor, a caridade e acima de tudo o não-julgamento. A Umbanda de “Portas Abertas” praticada em nosso terreiro expressa bem a filosofia da Umbanda. Não julgamos, não viramos às costas para ninguém que procura ajuda em cada uma de nossas giras. Seja negro, gay, homem, mulher, pobre ou rico. Seja nordestino, sulista ou de qualquer canto do planeta. Então, neste sentido, peço a vocês que reflitam sobre as suas escolhas e sobre os seus posicionamentos nesta hora em que o Brasil tem o dever de fazer sua escolha. Quem queremos? De que lado da força estamos? Somos coerentes com a espiritualidade e com os irmãos encarnados? Somos coerentes com os ensinamentos dos pretos e pretas velhas que nos ensinam a paciência, a tolerância e o amor ao próximo com humildade e sabedoria? Estamos sendo coerentes com os caboclos, índios guerreiros que nos ensinam a lutar respeitando a natureza? Estamos sendo coerentes com os ensinamentos do boiadeiros, ciganos, baianos e marinheiros que caminham nos ensinando o valor das liberdades de crença, de território e acima de tudo da diversidade das famílias? Estamos sendo coerentes com os Exus e Pomba-giras que nos ensinam que o poder maior não está em subjugar o outro em busca de poder mas saber que o maior poder é o amor e a justiça divina? Estamos sendo coerentes com a pureza das crianças que transmitem alegria e não julgam pelas diferenças de cor, raça, gênero? E os mendigos?? Aqueles que caminham humilhados e perdidos na dor e na fome? Neste momento, gostaria de pedir a todos que vistam sim o branco. O branco da paz, da tolerância, da igualdade , da fraternidade e porque não dizer, da sororidade. Na Umbanda, o vermelho, o verde, o azul, o amarelo, o marrom, o laranja e outras cores vibram todos pelo bem comum, pelo bem maior. Embora haja hierarquia, ninguém obriga ninguém a nada. Mas o todo o tempo, somos convidados a vivenciar a caridade, o amor e acima de tudo, o respeito pelo outro. Na hora de escolher de que lado você vai ficar, lembre de ser coerente com a sua prática espiritual. Desarme-se e abre seu coração para os ensinamentos que você vivencia na Umbanda. Nossa religião é alvo de preconceito. Talvez o mesmo que muitos estão expressando contra os pobres, negros, nordestinos, gays e mulheres? A nossa religião é incompatível com o preconceito, com a violência e, acima de tudo com a falta de respeito pelas diferentes sejam elas, de gênero, de classe ou de raça. Pense nisto. Enquanto você pensa, volto a lembrar do ponto… “Pense numa estrada longa meu filho”. Saravá, axé!

Texto da Simone Hubert

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