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ÍNDIOS DA TRIBO FULNI-Ô VISITAM CURITIBA

“Todos os anos eles vem pra cá. Viajam pelo Brasil para manter viva a cultura indígena e para sobreviver”, disse Billy Cury, terapeuta e médium da corrente do Terreiro Pai Maneco, da gira do Pai Jussaro de Ogum”.
A tribo Fulni-ô vem de Água Belas, Pernambuco, uma região árida e precária. Os índios viajam para sobreviver. Cantam, dançam e vendem o artesanato que produzem por onde passam. Além disto, divulgam a “medicina nativa”.

A tribo vai visitar o Terreiro Pai Maneco nos dias 24, 25 e 26 de abril onde vão expor trabalhos e vender artesanato. À noite (20h), devem participar das giras (como são chamados os rituais mediúnicos na Umbanda).

Na Umbanda, o índio é lembrado na forma dos “Caboclos” – entidades espirituais que trabalham com a cura e representam a força, o respeito à natureza e aos seres viventes. Não é a primeira vez que os índios são recebidos pelo Terreiro.

Além dos Fulni-ô, todos os anos, um grupo de médiuns e simpatizantes do Terreiro Pai Maneco realiza atividades de apoio aos índios Guaraní-Mbyá, que vivem em Piraquara. No ano passado, um mutirão foi realizado para realizar ponchos confeccionados a partir de cobertores doados. Em pouco tempo, médiuns de todas conseguiram doações para o mutirão que acabou na entrega das roupas aos índios guaranis de Piraquara.

O Terreiro, além das atividades religiosas, mantém atividades culturais como oficinas de atabaque e construção de tambores, oficinas de música entre outras. É uma forma de ajudar na preservação da cultura indígena e de fazer a caridade.

Quem são os Fulni -ô?

Eram conhecidos, antigamente como Carijó ou Carnijó. O nome Fulni-ô significa “povo da beira do rio”.
O nome está relacionado com o rio que levava o mesmo nome da tribo, localizado em Pernambuco. Em relação cultura, a tribo Fulni-ô tem bastante contato com o povo não-índio, o que os tornam bilíngües, porem ainda tentam manter viva sua língua nativa, o Yaathe (ou Yathê).

O ritual mais importante é o Ouricuri. É realizado em uma região que integra as terras Fulni-ô em Águas Belas e onde os índios fulniôs praticam reclusão coletiva durante três meses. Neste local, os não fulniôs só podem entrar no Ouricuri com autorização do pajé e, nunca, durante a prática do ritual. Os Fulni-ô mantém esse ritual em total sigilo, pois acreditam que o segredo protege suas especificidades culturais.

No interior do Ouricuri , existe um “juazeiro sagrado”. A árvore simboliza a maior imagem da natureza sagrada. Durante o Oricuri há a prática de separação de ambientes para homens e mulheres.

Todos os índios Fulni-ô devem participar da reclusão coletiva. É esta participação que faz um legitimo índio Fulni-ô. No ritual do Ouricuri, o “Ia-tê” desempenha um papel fundamental, já que é a língua falada durante a realização do ritual. É aí que se socializam os mais jovens pelo ensino de um código simbólico diferente daquele utilizado pela sociedade fora da tribo.

Fotos: Ubirajara Zoccoli

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